pequeno dicionário - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba
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levou a investigar a geografia e história do<br />
estado nos arquivos públicos, pois estava<br />
convencido de que os paraibanos<br />
desconheciam o seu próprio lugar. Durante<br />
1886 e 1887 fez uso do cargo público que<br />
exercia como deputado para desenvolver a<br />
sua pesquisa, percorrendo terras paraibanas.<br />
Dessa forma, tornou-se pioneiro em<br />
divulgar os aspectos topográficos do estado.<br />
Em 1888, Joffily instalou a primeira oficina<br />
tipográfica de Campina Grande e teve como<br />
sócio Francisco Soares <strong>da</strong> Silva Retumba<br />
(filho). Com a instalação <strong>da</strong> tipografia, eles<br />
lançaram o periódico semanal sob o título<br />
Gazeta do Sertão: órgão democrático, o qual<br />
exerceu grande influência no interior <strong>da</strong><br />
<strong>Paraíba</strong>. Na função de diretor do periódico,<br />
Joffily publicou o material coletado <strong>da</strong>s suas<br />
pesquisas. Ele seguiu a mo<strong>da</strong> de muitos<br />
jornalistas e adotou também o pseudônimo.<br />
Sob o uso do pseudônimo de Índio do<br />
Cariry, assinou muitos artigos, a exemplo <strong>da</strong><br />
seção intitula<strong>da</strong> “Cá e Lá”, de 18 de julho de<br />
1890 e de 26 de dezembro de 1890. Em<br />
seus escritos no jornal eram níti<strong>da</strong>s as<br />
manifestações de oposição aos atos do<br />
governador Venâncio Augusto de<br />
Magalhães Neiva, bem como <strong>da</strong>s ameaças<br />
sofri<strong>da</strong>s por se posicionar contra o governo.<br />
O pseudônimo adotado por Joffily, Índio<br />
do Cariry, está relacionado aos índios que<br />
viviam lutando pelo seu espaço de terra, o<br />
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sítio Genipapo, em terras paraibanas, com<br />
os proprietários de terras <strong>da</strong> vizinhança.<br />
Nesse sítio eles tinham seus gados e<br />
lavouras e possuíam por carta de sesmaria<br />
de uma sorte de terras.<br />
No ano de 1891, a tipografia sofreu ataques<br />
pela força pública, por ter permanecido a<br />
fazer oposição ao governador. Para fugir<br />
dos ataques e pressões que se tornaram<br />
constantes, Joffily interrompeu a circulação<br />
do periódico e refugiou-se no Rio de<br />
Janeiro, onde trabalhou como revisor do<br />
Jornal do Comércio, publicando Notas Sobre a<br />
<strong>Paraíba</strong>. Ele reuniu-as em um único volume<br />
e as publicou em decorrência do sucesso<br />
<strong>da</strong>s suas crônicas no jornal pelo público<br />
carioca. A obra é composta por 20 capítulos<br />
e versa sobre os principais temas: flora,<br />
fauna, seca, agricultura, criação e indústria.<br />
Re<strong>da</strong>tora: FSe<br />
Referências:<br />
BARBOSA, Socorro de Fátima P. Jornal e<br />
Literatura: a imprensa brasileira no século<br />
XIX. Porto Alegre: Nova Prova, 2007.<br />
SILVA, F. FORMIGA, M. G. BARBOSA,<br />
S. F. P. Miscelâneas, Ro<strong>da</strong>pés e Varie<strong>da</strong>des:<br />
Antologia de folhetins paraibanos do século<br />
XIX. João Pessoa: Idéia, 2007.<br />
JOFFILY, Ireneo. Notas sobre a <strong>Paraíba</strong>.<br />
Brasília: Thesaurus, 1977.<br />
JOFFILY, José. Entre a monarquia e a<br />
república – Idéias e Lutas de Irenêo Joffily.<br />
Rio de Janeiro: Kosmos, 1982.<br />
TAVARES, João de Lyra. Apontamentos para<br />
a história territorial <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong>. Ed. Fac-similar.