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“A Arte, mais uma vez, invadirá o Oficina. Suas ... - Colégio Oficina

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CEA DA 8ª SÉRIE A – “CATE-ME”<br />

UTOPIAS DA IDETIDADE<br />

É <strong>uma</strong> expressão retirada do filme Dançando no Escuro. Há <strong>uma</strong><br />

cena, durante o musical, que as pessoas dançam e no movimento<br />

projetando-se sobre o outro, falam a palavra cate-me.<br />

A construção da identidade é simbólica. Sendo assim, não é<br />

possível pensar em identidade sem repensar a si mesmo. Quais<br />

os seus temores? As suas ansiedades? Os seus desejos e sonhos?<br />

O que esperar para si próprio? De que forma as transformações<br />

do mundo afetam a sua individualidade? Como o sujeito se vê<br />

enquanto indivíduo em sua aldeia?<br />

A tarefa dessa turma é (re) pensar a identidade individual na<br />

distopia do mundo em que vivemos. É necessário que eu me<br />

cate. Percebendo-me e, ao mesmo tempo, me dando conta do<br />

que torna o indivíduo no mundo contemporâneo (identidade como identificação). Fechar-se para se<br />

encontrar. Perceber quais são os marcadores individuais deste novo tempo.<br />

Dançando no escuro<br />

"O que há para enxergar?", pergunta com um misto de desapontamento e ternura Selma.<br />

E ela está certa. Para ela, não é um desastre estar perdendo a visão em um mundo repleto de injustiça e<br />

crueldade para tantas pessoas que vivem nele. Ela sabe que está deixando de ver muita coisa, como os<br />

musicais que a inspiram e seu filho crescendo, mas ela diz com a certeza de quem, mesmo com <strong>uma</strong><br />

visão tão limitada (será?), está conseguindo realizar o sonho de dar <strong>uma</strong> chance ao filho.<br />

Explicando: Selma (interpretada de forma crua e sincera, ou seja, dolorosamente bela, pela cantora<br />

Björk) está ficando cega devido a <strong>uma</strong> doença degenerativa de origem genética, <strong>uma</strong> doença sem cura<br />

que também foi transmitida a seu filho, Gene. Ela é <strong>uma</strong> imigrante Tcheca que foi para os EUA para<br />

conseguir dinheiro para operar seu filho. Diante da progressão de sua doença, ela precisa se matar<br />

trabalhando para conseguir logo o dinheiro, antes que se torne <strong>uma</strong> inválida (nos termos capitalistas,<br />

claro).<br />

A questão que o filme coloca é de sacrificar-se pelo bem da geração futura, e vemos isso o tempo todo,<br />

na figura da mulher que abre mão de seus sonhos, de <strong>uma</strong> relação afetiva, da própria vida, enfim, em<br />

nome dessa chance ao filho. O diretor Lars Von Trier não absolve o telespectador, colocando sua<br />

câmera sempre próxima do drama da imigrante e do seu filho, e nos envolve em todo contexto de<br />

solidariedade e desconfiança, de sofrimento e sonho em que se baseia a vida de Selma e de tantos outros<br />

azarados do sonho americano. As condições terríveis de trabalho, a agressão do cotidiano, contrastam<br />

com a ternura de seus verdadeiros amigos e com o mundo idealizado do cinema, que se mostra no filme<br />

<strong>uma</strong> das raízes da força de Selma.<br />

2008Salvador/sec./extraclasse/ OficinConcert/ 20080808_RoteiroGeralFina-EM.doc/prof-nJ

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