“A Arte, mais uma vez, invadirá o Oficina. Suas ... - Colégio Oficina
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Fora da Ordem (Caetano Veloso)<br />
“Vapor barato<br />
Um mero serviçal<br />
Do narcotráfico<br />
Foi encontrado na ruína<br />
De <strong>uma</strong> escola em construção<br />
Aqui tudo parece<br />
Que era ainda construção<br />
E já é ruína<br />
Tudo é menino, menina<br />
o olho da rua<br />
O asfalto, a ponte, o viaduto<br />
Ganindo prá lua<br />
ada continua<br />
E o cano da pistola<br />
Que as crianças mordem<br />
Reflete todas as cores<br />
Da paisagem da cidade<br />
Que é muito <strong>mais</strong> bonita<br />
E muito <strong>mais</strong> intensa<br />
Do que no cartão postal<br />
Alg<strong>uma</strong> coisa<br />
Está fora da ordem<br />
Fora da nova ordem<br />
Mundial<br />
A Cidade (Chico Science)<br />
“O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas<br />
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas<br />
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas<br />
ão importa se são ruins, nem importa se são boas<br />
E a cidade se apresenta centro das ambições<br />
Para mendigos ou ricos e outras armações<br />
Coletivos, automóveis, motos e metrôs<br />
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs<br />
A cidade não pára, a cidade só cresce<br />
O de cima sobe e o de baixo desce<br />
A cidade se encontra prostituída<br />
Por aqueles que a usaram em busca de saída<br />
Ilusora de pessoas de outros lugares<br />
A cidade e sua fama vai além dos mares<br />
Escuras coxas duras<br />
Tuas duas de acrobata mulata<br />
Tua batata da perna moderna<br />
A trupe intrépida em que fluis<br />
Te encontro em Sampa<br />
De onde mal se vê<br />
Quem sobe ou desce a rampa<br />
Alg<strong>uma</strong> coisa em nossa transa<br />
É quase luz forte de<strong>mais</strong><br />
Parece pôr tudo à prova<br />
Parece fogo, parece<br />
Parece paz, parece paz<br />
Pletora de alegria<br />
Um show de Jorge Benjor<br />
Dentro de nós<br />
É muito, é grande<br />
É total<br />
Alg<strong>uma</strong> coisa<br />
Está fora da ordem<br />
Fora da nova ordem<br />
Mundial<br />
Foto de <strong>uma</strong> favela, vencedora do Festival de Cannes.<br />
2008Salvador/sec./extraclasse/ OficinConcert/ 20080808_RoteiroGeralFina-EM.doc/prof-nJ<br />
Meu canto esconde-se<br />
Como um bando de Ianomâmis<br />
a floresta<br />
a minha testa caem<br />
Vem colocar-se pl<strong>uma</strong>s<br />
De um velho cocar<br />
Estou de pé em cima<br />
Do monte de imundo<br />
Lixo baiano<br />
Cuspo chicletes do ódio<br />
o esgoto exposto do Leblon<br />
Mas retribuo a piscadela<br />
Do garoto de frete<br />
Do Trianon<br />
Eu sei o que é bom<br />
Eu não espero pelo dia<br />
Em que todos<br />
Os homens concordem<br />
Apenas sei de diversas<br />
Harmonias bonitas<br />
Possíveis sem juízo final<br />
Alg<strong>uma</strong> coisa<br />
Está fora da ordem<br />
Fora da nova ordem<br />
Mundial”<br />
o meio da esperteza internacional<br />
A cidade até que não está tão mal<br />
E a situação sempre <strong>mais</strong> ou menos<br />
Sempre uns com <strong>mais</strong> e outros com menos<br />
A cidade não pára, a cidade só cresce<br />
O de cima sobe e o de baixo desce<br />
Eu vou fazer <strong>uma</strong> embolada, um samba, um maracatu<br />
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu<br />
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu<br />
um dia de sol Recife acordou<br />
Com a mesma fedentina do dia anterior<br />
A cidade não pára, a cidade só cresce<br />
O de cima sobe e o de baixo desce”