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“A Arte, mais uma vez, invadirá o Oficina. Suas ... - Colégio Oficina

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O espelho: Utopia e heterotopia<br />

O espelho é <strong>uma</strong> utopia, pois é um lugar sem lugar. No espelho, eu me vejo lá onde não estou,<br />

em um espaço irreal que se abre virtualmente atrás da superfície, eu estou lá longe,... <strong>uma</strong><br />

espécie de sombra que me dá a mim mesmo minha própria visibilidade, que me permite me<br />

olhar lá onde estou ausente: utopia do espelho. Mas é igualmente <strong>uma</strong><br />

heterotopia, na medida em que o espelho existe realmente, e que tem, no<br />

lugar que ocupo, <strong>uma</strong> espécie de efeito retroativo; é a partir do espelho que<br />

me descubro ausente no lugar em que estou porque eu me vejo lá longe. A<br />

partir desse olhar que ... se dirige para mim, do fundo desse espaço virtual<br />

que está do outro lado do espelho, eu retorno a mim e começo a dirigir<br />

meus olhos para mim mesmo e a me constituir ali onde estou; o espelho<br />

funciona como <strong>uma</strong> heterotopia no sentido em que ele torna esse lugar que<br />

ocupo, no momento em que me olho no espelho, ao mesmo tempo<br />

absolutamente real, em relação com todo o espaço que o envolve, e<br />

absolutamente irreal, já que ela é obrigada, para ser percebida, a passar por<br />

aquele ponto virtual que está lá longe. (FOUCAULT, 2001, p. 415)<br />

(Magritte, 1926)<br />

A dor como criação, ou a dor para a criação<br />

Há <strong>uma</strong> poça! E eu não posso transpô-la. Todos os objetos palpáveis me abandonaram. Como transpor o<br />

abismo enorme? Unir-me de novo ao meu corpo? Para onde irei? Um machado fendeu a árvore até o<br />

cerne. Porque o raio abateu a árvore? Porque o grande ramo em flor caiu? É preciso que eu olhe as<br />

coisas de frente! Eu sei que as flores se abrem e o vento sopra, mas no mar, eu ouço sempre o embate<br />

monótono das ondas e <strong>uma</strong> besta pateia acorrentada na areia, e ela pateia, pateia, pateia...<br />

2008Salvador/sec./extraclasse/ OficinConcert/ 20080808_RoteiroGeralFina-EM.doc/prof-nJ<br />

(Virginia Woolf)<br />

Fora: tempestades, furacões, ventos congelantes, emboscadas na estrada e perigos por toda parte.<br />

Dentro: aconchego, cordialidade, segurança, proteção. Já que, para manter o planeta inteiro seguro (de<br />

modo que não precisemos <strong>mais</strong> separar-nos do inóspito “lado de fora”), nos faltam (ou pelo menos<br />

acreditamos que nos faltem) ferramentas e matérias-primas adequadas, vamos construir, cercar e<br />

fortificar um espaço indubitavelmente nosso e de <strong>mais</strong> ninguém, um espaço em cujo interior possamos<br />

nos sentir como se fossemos os únicos e incontestáveis mestres.<br />

É o que me interessa (Lenine)<br />

“Daqui desse momento<br />

Do meu olhar pra fora<br />

O mundo é só miragem<br />

A sombra do futuro<br />

A sobra do passado<br />

Assombram a paisagem<br />

Quem vai virar o jogo e transformar a perda<br />

Em nossa recompensa<br />

Quando eu olhar pro lado<br />

Eu quero estar cercado só de quem me interessa”<br />

(Zygmunt Ba<strong>uma</strong>n)

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