1-102 - Universidade de Coimbra
1-102 - Universidade de Coimbra
1-102 - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
gamento <strong>de</strong> carvão em 5 <strong>de</strong> Junho, data em que se<br />
<strong>de</strong>u o primeiro caso <strong>de</strong> peste».<br />
«Ha ainda a notar que nos <strong>de</strong>z dias anteriores ao<br />
primeiro caso não se fez <strong>de</strong>scarga alguma <strong>de</strong> cereaes.<br />
Além d'isso está averiguado que o Porto não tem<br />
communicação maritima directa com a índia e Egypto.<br />
Sabe-se bem que os vapores com carregamentos<br />
<strong>de</strong> cereaes vindos dos portos russos do Mar Negro<br />
não tocam no Egypto, seguindo sempre toda esta<br />
carga, vinda <strong>de</strong> portos Europeus, e especialmente todas<br />
as outras mercadorias da índia, para Londres e outros<br />
portos inglezes. Todos os vapores e navios entrados no<br />
Porto só recebem carga doestes portos» (i).<br />
Ora esta transcripção não só exclue, por completo,<br />
a hypothese <strong>de</strong> que a infecção se tenha dado pelo Cyty<br />
of Cork, mas ainda que tenha sido produzida por outros<br />
navios que em lista taxativa o relatorio enuméra;<br />
diz-se que do interrogatorio feito aos primeiros empestados<br />
conhecidos, resulta a certeza <strong>de</strong> que elles não<br />
tinham feito <strong>de</strong>scarga alguma nas duas semanas que<br />
prece<strong>de</strong>ram a doença.<br />
Entretanto, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> tão precisas afiirmações,<br />
o trabalho conclue:<br />
«Temos <strong>de</strong> nos contentar com a opinião geral<br />
sobre a importação da peste; e a mais verosímil é que<br />
a peste foi importada por alguns dos vapores empregados<br />
no movimento commercial do Porto» (2).<br />
— Como se vê, os textos reproduzidos não são<br />
bastantemente nitidos. Mas ha meio <strong>de</strong> sanar appa-<br />
(1) O itálico é nosso.<br />
(2) Servimo-nos da traducção do Snr. Guilherme Nogueira, inserta<br />
na Gaveta Med. do Porto <strong>de</strong> 1901.