1-102 - Universidade de Coimbra

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viço da Hygiene Municipal — nos becos que marginam
o Douro, na área especialmente designada pelo
nome de Fonte Taurina.
Havia certo tempo que o Director Municipal
percebera que n'aquelle ponto se davam mortes curtamente
intervalladas, e o desejo d'uma elucidação definitiva
suggeriu-lhe a visita a tal logar. Esta deu-se a
6 de Julho; no dia 7 foi participado ao Conselho Municipal
que uma epidemia grave grassava na Fonte
Taurina ; e, a partir das primeiras suspeitas que se levantaram
com o adoecimento do hespanhol Gregorio
Blanco, foram tomadas medidas de desinfecção, isolamento
e hospitalização próprias — no sentido de debellar
o mal, ou de o localizar pelo menos.
Então houve na cidade um certo rumor. As desconfianças
produziram inquietação, e a Imprensa alludiu
surdamente ás suspeitas.
Estas no dia 8 do mesmo mez foram confirmadas
no laboratorio; e a 9 já o Presidente do Conselho (1)
recebia a communicação official da doença — participação
esta que o prof. Ricardo Jorge repetiu a 12 em
officio circumstanciado.
Tudo isto só sortiu effeito a 28.
O tempo que intervalla estes dias foram para o
Director de Saúde uma epocha em que trabalhou
só: — «vi-me na necessidade, diz, de ser a um tempo
clinico epidemiologista, hygienista e bacteriologista»
(2).
Taes foram os primeiros passos da moléstia.
(1) Conselheiro José Luciano de Castro.
(2) La Peste 'Bubonique de Torto, 1899 — Ricardo Jorge, professem-
de Hygiène et Directeur du Service Municipal d'Hygiène.