1-102 - Universidade de Coimbra

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graphica d'uma epidemia — proscrever finalmente os
meios naturaes d'um flagello — é o mesmo que reduzir
ao limite acanhado d'uma proporção indevida o
que por tudo é digno da maior e mais erudita versatilidade.
Cessou de ha muito na sciencia o exclusivismo
orientador das primeiras descobertas da medicina.
Hoje os investigadores prevalecem-se do maior numero
de dados; visam em suas applicações os mais
amplos horisontes.
No espaço como no tempo devem considerar-se
as moléstias, porque a curva do seu caminho é a lúcida
explicação do seu passado; e, pelo recurso natural á
constituição peculiar das individualidades territoriaes
— se affirma o preciso grau da indemnidade que lhes
corresponde.
Da distribuição geographica d'um povo ao successo
historico d'uma epocha vae a distancia que o
meio relaciona. E é este que importa conhecer na relatividade
criada; sobre elle deve cahir especialmente
a historiographia medica — sobreexcitada pelo tradicionalismo
e deducções scientificas.
Estas no caso particular que nos interessam —
origens e lineamentos geographicos da peste — são
hesitantes e confusas. Os escriptos são raros; as epochas
a que remontam afastadas; a velha terminologia
acanhada ou inexacta; e, como se isto não bastasse a
uma confusão excessiva, criaram os historiadores dissidências
e tergiversações pessoaes no processo interpretativo
dos textos deficientissimos.
Por estes começaremos.
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