1-102 - Universidade de Coimbra

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A morte do illustre homem de sciencia agitou o
paiz — que, ao mesmo tempo que chorara uma perda
irreparavel, sentia a infecção que ia alastrar-se na capital
para talvez d'ahi se irradiar pelo paiz.
Não aconteceu a terrorista previsão. O caso Camara-Pestana
foi o único succedido em Lisboa. A
peste seleccionara caprichosamente o sábio analysta
que, victima da sua abnegação, devia incorporar-se ao
lado d'outros collegas egualmente mortos no exercício
nobre da mais ardua das profissões (i).
A partir de Novembro a moléstia começou a declinar;
em Dezembro este decrescimento mais se accentuou;
em princípios de Janeiro (igoo) os casos rarearam
e a 16 recebia o hospital do Bomfim o ultimo
doente, completando n'essa data o numero de 195 pestíferos
(2).
Além da área do Porto não ha casos de peste a
considerar com excepção dos referidos. Houve suspei-
(1) A peste tem victimado no período contemporâneo um numero
relativamente crescido de médicos.
E justo que n'esta altura do nosso trabalho lembremos os seus nomes,
prestando-lhes, com esta recordação, a homenagem que merecem.
São elles: — Ishigami ferido em Hong-Kong, em 1898; Manser
em Bombaim, no anno anterior; Muller em Vienne, em 1898 e Evans
em Calicutta em 1809.
Além d'estes outros houve que igualmente foram infectados mas
sem consequências fataes. Citaremos: — Aoyama em Hong-Kong, durante
o flagello de q4; Hankin e Sticker em Bombaim, em 97; Carlos
França e Balbino Rego no Porto, durante a epidemia de 99.
(2) Clinica de Peste no Porto — Os últimos doentes do Bomfim,
por Ferreira de Castro.
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