17.04.2013 Views

1-102 - Universidade de Coimbra

1-102 - Universidade de Coimbra

1-102 - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

pressa com a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> peste negra. Remonta<br />

a 1384. Como vimos, por esta data todos os paizes sentiram<br />

a visita do mal levantino — que ao reino chegou<br />

na evolução que o trouxe pela parte septentrional da<br />

Europa até á Peninsula. Diz-se vehiculado por carregações<br />

<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>ncia veneziana, recebidas antece<strong>de</strong>ntemente<br />

do norte da Africa e especialmente do Egypto.<br />

Uma vez na Europa e nomeadamente <strong>de</strong> França,<br />

é fácil vêr como o flagello vence os Pvrenéos, passa á<br />

Hespanha e chega a Portugal.<br />

Logo no meado <strong>de</strong> Junho do anno em que fez a<br />

sua entrada no reino (1348) morreram em Valença<br />

3oo pessoas por dia, diz o epi<strong>de</strong>miologista Meirelles (1);<br />

em Outubro o «mal das levadigas» escureceu o outomno;<br />

<strong>de</strong>pois, o numero dos empestados foi progressivamente<br />

augmentado; e o paiz, tomado pelo assombro<br />

da fome e da miséria consequentes, foi a reproducção<br />

fiel dos outros Estados.<br />

Em volta da origem da doença crearam-se as<br />

lendas mais absurdas : — imaginou-se que o mal estava<br />

na razão da passagem planetaria <strong>de</strong> Saturno, Júpiter e<br />

Marte em 14 o <strong>de</strong> aquario, que os ju<strong>de</strong>us tinham envenenado<br />

as fontes; e que o contagio provinha dos nobres.<br />

Estes foram impedidos <strong>de</strong> sahir <strong>de</strong> casa; obstou-se<br />

á entrada das pessoas «que não eram muito<br />

conhecidas» — collocando ás portas das cida<strong>de</strong>s e das<br />

villas soldados armados; «e se alguém encontravam<br />

com pós ou unguentos faziam-lh'os engulir por força<br />

-—conclue o historiador — receando que n'elles houvesse<br />

veneno».<br />

(1) Loc. cit. pg. 3-2.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!