1-102 - Universidade de Coimbra

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De nada valera o cordão. Esta velharia que a
Junta Consultiva de Saúde Publica impoz á cidade do
Porto, sobre ser contraproducente, deve considerar-se
vergonhosa. Mereceu a reprovação unanime da imprensa
medica; a censura tacita da commissão delegada
do governo, que bem justamente propoz a
substituição das medidas decretadas; e, além de tudo
levantou no Porto o protesto do Commercio que derivando
á violência, tentou vivamente desaffrontar-se.
Isto, sobretudo, podia ter sido grave.
Não o foi. O decreto de 23 d'Agosto de 1899
creou o cordão de resguardo. Mas logo, pelo mesmo
tempo, o gabinete do snr. Conselheiro Luciano de Castro
nomeou a Commissão mixta dos médicos portuguezes.
Estes vieram ao Porto estudar a moléstia; e,
de harmonia com as circumstancias de momento, propozeram
immediatas reformas (1).
Das conclusões do relatorio que elaboraram pôde
vêr-se o acerto com que desempenharam a sua missão.
(1) Conforme se vê dos considerandos do diploma que orgartisou
a commissão, o seu fim era fazer dissipar as duvidas que havia no
Porto sobre o diagnostico da epidemia. Deviam, além d'isso, os delegados
do governo inquirir das condições sanitarias da cidade, emittir
parecer sobre as medidas tomadas .e propor as que lhes parecessem
mais conformes com as necessidades da occasião.
A commissão ficou definitivamente composta dos seguintes delegados
: Professor Dr. Daniel de Mattos, da Universidade de Coimbra;
Conselheiro José Joaquim da Silva Amado, Alfredo Costa e Camara
Pestana, de'Lisboa ; Virgilio Poiares, do Ultramar.
Estes enviados depozeram o mandato nos meados de Setembro.
A commissão que compunham foi louvada e dissolvida a 20 do mesmo
mez.