1-102 - Universidade de Coimbra

então, deparou-nos um curiosíssimo tratado — que,
fornecendo dados suficientíssimos para a comprehensão
do estado da medicina no século XVIII, mostra o
cuidado especial que ao Monarcha João v mereceu a
palpitante matéria.
Esta monographia que o auctor titulou: — Tratado
sobre os meios da preservação da peste (i) é, a despeito
das imperfeições, que são muitas, uma versão lógica
dos mais altos problemas da prophylaxia, que o
auctor apreciou em conformidade com a epocha e de
harmonia com as prescripções geralmente seguidas
nos differentes paizes da Europa.
Dos preceitos coordenados, ha principalmente a
destacar os que respeitam a desinfecção dos logares empestados
e muito especialmente das casas dos doentes
(2).
Estes poderiam contar além de tudo com medidas
curativas de relativo adiantamento.
Entretanto, a obra é principalmente um trabalho
de preservação, e é n'este campo que pôde A'ér-se o latíssimo
alcance do compilador.
(1) Impress. em Lisboa, M.DCCXLVIII.
(2) Pedro Villéla, o coordenador da obra, põe todo o cuidado
ao. serviço d'este problema que considera capital.
Rebuscou a bibliographia estrangeira e recortou de Mons. Manget,
medico da Camara d'El-Rei da Prússia, a receita que segue e diz
ser de comprovado uso quando bem manipulada, e cuidadosamente
posta em pratica.
Quando alguma casa, explica, tenha sido inficionada, por pessoas
apéstadas, deve com todo o cuidado perfumar-se, com a mistura
combustionada das seguirttes drogas :
Enxofre
Pez . .
Antimonio
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