1-102 - Universidade de Coimbra
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dicos da Camara tinham catalogado, para uso dos<br />
povos, n'um—Regimento preservativo contra o mal da<br />
peste (i).<br />
Este documento é um lucidissimo trabalho que, a<br />
par d'um gran<strong>de</strong> esforço, mostra notáveis conhecimentos,<br />
em relação á epocha. E referendado por médicos<br />
hespanhoes e portuguezes.<br />
D. Sebastião, quando teve conhecimento da moléstia,<br />
mandou offerecer altos proventos a dois práticos<br />
<strong>de</strong> Sevilha —on<strong>de</strong> então grassava moléstia congenere<br />
á do paiz — para que, enten<strong>de</strong>ndo-se com os «físicos»<br />
portuguezes, tomassem a «governança» <strong>de</strong> Lisboa, e<br />
satisfizessem as reclamações do povo — em harmonia<br />
com as necessida<strong>de</strong>s da nação.<br />
Entretanto o contagio ia lavrando: chegára <strong>de</strong>pressa<br />
ás differentes províncias, e tomára em curto<br />
tempo todas as cida<strong>de</strong>s.<br />
O estado da população <strong>de</strong> Lisboa pô<strong>de</strong> aferir-se<br />
por uma carta do jesuíta Diogo Carvalho dirigida ao<br />
Padre Provincial <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, on<strong>de</strong> se attesta que<br />
tudo se retirava d'aqueila cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando ao abandono<br />
os doentes, pois se esperava que no dia i3 do<br />
mez <strong>de</strong> Julho do anno que ia correndo um terramoto<br />
subvertesse a capital, levando a gente empestada, e a<br />
população que a moléstia até ahi tinha poupado (2).<br />
Em <strong>Coimbra</strong> também o mal se propagou rapidamente,<br />
a <strong>de</strong>speito das medidas tomadas quando o<br />
Rei ahi fixou a sua estada.<br />
(1) É ainda hoje digno <strong>de</strong> lêr-se este documento que encontramos<br />
transcripto em Meirelles e a que Ambrozio Nunes faz as melhores<br />
referencias.<br />
(2) Balthesar Telles— Chm. da Comp. <strong>de</strong> Jes. <strong>de</strong> Port. Cit. M.