1-102 - Universidade de Coimbra

94
gal em 99, é força confessal-o, quando o Governo do
Snr. Luciano de Castro entendeu dever publicar, em
dictadura as medidas de sanidade.
Diante da suspeita de que a peste grassava no
Porto, agitaram-se os consulados, interpellando officialmente
o Gabinete. O paiz correu o risco de vêr fechados
os portos extranhos se não tomasse uma resolução;
com a cerração d'estes deter-se-hia o commercio;
e Portugal ver-se-hia a braços com uma extraordinaria
crise.
As Cortes estavam fechadas. O dever do governo
era intervir: — interveio dictatorialmente.
* *
Tal foi, nos seus tramites geraes, o desenrolar dos
acontecimentos na epidemia portuense.
Ao complemento da sua noticia resta unicamente
a devassa da relativa origem e meios de entrada.
Foi a matéria que resolvemos inserir em ultimo
logar.
A despeito dos estudos a que se procedeu ao
tempo da investida, dos interrogatórios a que se
submetteram os primeiros doentes conhecidos, e das
hypotheses, posteriormente formuladas — não é fácil
assentar na resolução d'este problema que transparece
sobremaneira confuso d'entre os relatorios, exames e
escriptos que a imprensa tornou públicos na occasião.
Escrevemos sobre as impressões do momento; e,
diante de nós, desdobram-se muitos trabalhos, portu-