1-102 - Universidade de Coimbra
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O paiz <strong>de</strong>lirava, arrastado á <strong>de</strong>mencia d um <strong>de</strong>sforço<br />
violento pela perda <strong>de</strong>sesperadoramente seguida<br />
da população. O mal alastrou-se, e Portugal entregue á<br />
fatalida<strong>de</strong> dos successos foi permittindo que a tempesta<strong>de</strong>,<br />
que se tinha <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado por todo o mundo,<br />
satisfizesse uma extranha dizimação no nosso território.<br />
Ao presente não pô<strong>de</strong> precisar-se o terminus da<br />
epi<strong>de</strong>mia. Em rigor simplesmente <strong>de</strong>ve frizar-se a data<br />
do seu abandono em Hespanha — epocha em que se<br />
presume que já não existisse em Portugal (i).<br />
Este tempo reporta-se geralmente a i35o — isto<br />
é, áquella epocha em que a moléstia abandonou o paiz<br />
visinho.<br />
A segunda praga visitou-nos em pleno reinado<br />
<strong>de</strong> João i, <strong>de</strong> boa memoria.<br />
Foi por 1415.<br />
Aprestava-se a gran<strong>de</strong> armada <strong>de</strong> Ceuta que <strong>de</strong>via<br />
consolidar na Africa o <strong>de</strong>stino emprehen<strong>de</strong>dor da<br />
Nação portugueza—-entregue por uma eventualida<strong>de</strong><br />
feliz ao génio aventureiro dos filhos do Rei. A nova<br />
epi<strong>de</strong>mia chegou ao Tejo com os navios estrangeiros<br />
que sahiram a avigorar a frota, animados <strong>de</strong> bom presagio<br />
da conquista.<br />
Logo aos primeiros rebates o mestre dAviz sahiu<br />
<strong>de</strong> Lisboa, recolhendo a Sacavém com os Príncipes e<br />
(1) Obr. cit.