1-102 - Universidade de Coimbra
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a Italia supportava uma epi<strong>de</strong>mia congenere, que naturalmente<br />
lhe foi fácil transmittir-nos — attentas as<br />
relações commerciaes que a peninsula e especialmente<br />
os dois paizes mantinham.<br />
No anno <strong>de</strong> i 5yg um novo flagello appareceu. Seguiu-se<br />
immediatamente ao <strong>de</strong>sastre d'Alcacer-Kebir,<br />
que intervalla as duas epi<strong>de</strong>mias, ligando os tristes successos<br />
d'esta epocha.<br />
Portugal estava então pobre, e começava a consi<strong>de</strong>rar-se,<br />
com a perda <strong>de</strong> D. Sebastião, uma feitoria<br />
hespanhola.<br />
O Car<strong>de</strong>al jesuita nãc sabia nem podia manter a<br />
integrida<strong>de</strong> da nação. Começou por abdicar <strong>de</strong> todo a<br />
sua vonta<strong>de</strong>; planeou a entrega; e o povo, que nada<br />
podia esperar da regia impotência do mais insignificante<br />
dos Monarchas,— «correu <strong>de</strong>mente dum a outro<br />
lado, abandonou as casas, <strong>de</strong>ixou-se tomar do terror,<br />
lançou-se na corrente dos acontecimentos».<br />
Acerca <strong>de</strong> Lisboa diz Rebello da Silva:<br />
«Os habitantes <strong>de</strong>samparavam as moradas; as<br />
portas cerravam-se umas após outras; e as estradas<br />
viam-se cobertas <strong>de</strong> infelizes que intentando salvar-se<br />
da morte próxima iam encontral-a mais longe, extenuados<br />
pela miséria e a fadiga» ! (i)<br />
Tal era o estado geral.<br />
O guarda-mór <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> — Diogo Salema — ten-<br />
(i) Luiz Augusto Rebello da Silva—Hist. <strong>de</strong> Portug. nos séculos<br />
XVII e XVIII, vol. I.°