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versão pdf - Livraria Imprensa Oficial

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120<br />

do trajeto, de olhos vendados, eu ainda tentava<br />

organizar essas impressões em minha cabeça<br />

atordoada. Era impossível. Eu me perguntava,<br />

então, de que tipo de reunião eu havia participado<br />

e se tudo aquilo não teria passado de<br />

um enigmático pesadelo.<br />

A verdade é que naquele Congresso se sedimentou<br />

a divisão do Partido, com a saída do<br />

grupo de Marighela e Toledo (aliás, Joaquim<br />

Câmara Ferreira, meu conhecido dos tempos<br />

pacíficos do Comitê Estadual paulista). Era o<br />

começo da luta armada no Brasil.<br />

Leio agora, no livro de Emiliano José (Carlos<br />

Marighella, pág. 217) que aquele Congresso<br />

Estadual na verdade se deu em Campinas, em<br />

abril de 1967. Marighella era ainda secretáriogeral<br />

do PCB paulista, “centro nervoso da<br />

atividade do PCB no Brasil”, afirma Emiliano. E,<br />

confirmando minhas impressões, segue sua<br />

narrativa: “O clima era tenso. O Comitê Central,<br />

ciente da força de Marighella no Estado, envia<br />

uma delegação chefiada pelo próprio Prestes,<br />

evidenciando a importância que a parcela<br />

hegemônica do partido dava ao encontro”. Deus<br />

do céu! Eu não me lembro de ter visto - ou<br />

reconhecido - nem Prestes e nem Marighella nesse<br />

Congresso, apesar de conhecer os dois.

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