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04. Gamal - a emoção e a negação<br />

(O Cinema Marginal e eu)<br />

“Uma bela surpresa”, diz a crítica paulista Ida<br />

Laura, no conservador O Estado de São Paulo.<br />

“Um filme indesejável dentro do cinema brasileiro”<br />

diz o crítico José Carlos Avellar, reconhecidamente<br />

de esquerda e ligado ao Cinema<br />

Novo.<br />

Essa in<strong>versão</strong>, ou seja, ser aplaudido pela direita<br />

e condenado pela esquerda me caiu como um<br />

tapa na cara, aprofundando minha crise pessoal.<br />

Gamal foi exibido em Brasília, no Festival de<br />

1968, e eu tive que ouvir as mais diversas condenações<br />

ao filme por parte de pessoas como, por<br />

exemplo, o Joaquim Pedro de Andrade que, amigo,<br />

tentava me convencer de que o “irracionalismo”<br />

não só não levava a nada como era<br />

um perigo. Claro, Joaquim colocava Gamal sob<br />

a pecha do irracionalismo, tal e qual havia feito<br />

o Avellar.<br />

Esse bombardeio, na verdade, tinha um alvo<br />

certo: o crescente movimento do cinema marginal<br />

tanto no Rio (Bressane, Neville d’Almeida,<br />

Luiz Rosemberg) quanto em São Paulo, principalmente<br />

com Rogério Sganzerla. Os cineastas<br />

e os filmes, indistintamente, eram pejorativamente<br />

chamados de “udigrudi”, corruptela de<br />

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