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versão pdf - Livraria Imprensa Oficial

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Os textos podem até falar bem do filme mas de<br />

certa forma o inviabilizam no mercado, afirmando<br />

que “o público não vai entender”. No caso<br />

de Doramundo, o problema era falar de crimes<br />

e não revelar, com precisão, o assassino. Num<br />

filme norte-americano realmente isso seria<br />

impensável, com aquela dramaturgia pré-armada,<br />

pré-concebida e que exige solução de todos<br />

os problemas na tela, mesmo que na sociedade,<br />

na vida real, esses problemas nunca se resolvam.<br />

É o primado da di<strong>versão</strong>, da fantasia, sobre o<br />

real e não, como pretendemos muitos de nós,<br />

cineastas do terceiro mundo, buscar uma fantasia<br />

que se relacione com nossa realidade, mesmo<br />

que ela incomode.<br />

Pois em Doramundo eu pensava assim sobre os<br />

crimes, que é banal tentar resolver a questão<br />

da criminalidade, da violência, prendendo um<br />

culpado. É o que eu mostro também no<br />

censurado Wilsinho Galiléia: a morte de um<br />

bandido não acaba com a marginalidade,<br />

servindo mais para fortalecer o sistema repressor<br />

do que para resolver os problemas da sociedade.<br />

Eu reagi a esse tipo de crítica, no caso de<br />

Doramundo.<br />

Expus a questão ao editor do jornal da TV Cultura<br />

e eles resolveram testar, indo comigo para<br />

a porta do Cine Copan.<br />

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