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valeu um processo que acabou sendo arquivado<br />

como fruto da abertura política. Greve! , ainda<br />

em 79, recebeu o prêmio especial do Júri no I<br />

Festival do Cinema Latino Americano, em Havana.<br />

Eu assisti a algumas projeções populares do filme.<br />

A mais impressionante, ainda durante o<br />

movimento grevista, foi em Osasco, no salão do<br />

Sindicato de Metalúrgicos. O salão estava lotado<br />

e, como sempre, o clima era tenso. Mas assim<br />

que o filme terminou, o clima explodiu num<br />

verdadeiro transe, com pessoas discursando,<br />

muitas falando ao mesmo tempo. Um dos líderes<br />

pegou o microfone e, apontando para a tela<br />

branca, revivia o que haviam visto, as imagens<br />

deles mesmos: “vocês viram aí...”. Eu me emocionei,<br />

vendo que, talvez pela primeira vez,<br />

aqueles operários identificavam a tela de cinema<br />

com eles e com suas lutas.<br />

O outro filme, Trabalhadores: Presente! (1979)<br />

fotografado também pelo Aloysio Raulino, é<br />

mais elaborado em termos de imagens e menos<br />

em termos de idéias. Eu quis retratar as<br />

dificuldades dos movimentos populares no<br />

processo de abertura, sem lideranças e sem<br />

experiência, depois de tantos anos de ditadura.<br />

A greve dos motoristas, base do filme, é uma<br />

verdadeira loucura, selvagem, incontrolável. Sob<br />

o ponto de vista de imagens, uma maravilha

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