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monopolista estrangeiro e o oportunismo nacional.<br />

É o que aconteceu com a Chanchada, por<br />

exemplo. Em vez de evoluir para um cinema mais<br />

elaborado, aproveitando a brecha do momento,<br />

a chanchada, com Oscarito, Grande Otelo e<br />

tudo, vai se deteriorando, perdendo o contato<br />

com o público, sem renovação. O sucesso acomodou,<br />

mais uma vez, nossa produção, até que<br />

ela se tornasse absolutamente dispensável na<br />

vida cultural brasileira.<br />

Esse desmantelamento, quem sabe uma<br />

“desconstrução” é mais aguda ainda, e mais<br />

grave, no caso da pornochanchada. Aqui, de um<br />

gênero singelo, comédias de costume que hoje<br />

não corariam nem minha tia solteirona, o ciclo<br />

foi se deteriorando, correndo atrás das cada vez<br />

mais ousadas produções internacionais, incluindo<br />

aqui o belo filme O Império dos Sentidos<br />

de Nagisa Oshima (1976), realizador do cinema<br />

novo japonês e senhor de filmes geniais como<br />

O Túmulo do Sol, de que já falei e de Noite e<br />

Névoa sobre o Japão, que vi na Itália, no Festival<br />

de Pésaro/69.<br />

Voltando à questão da pornochanchada e decadência<br />

persistente de nossos ciclos de sucesso, o<br />

que acontecia nessa década de setenta, pelo<br />

menos em São Paulo, era a crescente exigência<br />

dos exibidores por filmes mais e mais pornográ-<br />

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