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122<br />

Na verdade tudo parecia extremamente confuso,<br />

com músicas que pareciam expressar, na<br />

verdade, um estranho conformismo, como em<br />

A Banda (1966) e as canções do Tropicalismo,<br />

nas quais os artistas (e seu público) afirmavam<br />

o desejo de expurgar a culpa e viver a vida tal<br />

como ela se oferecia, em grande êxtase, sem<br />

mais desejos do que o de ser feliz, de se<br />

proclamar “livre” para a vida.<br />

A juventude, público preferencial desses movimentos,<br />

estava longe desse conformismo apenas<br />

aparente das músicas. A adesão emocional a essas<br />

propostas culturais serviam como afirmação,<br />

uma instintiva e necessária oposição aos<br />

militares.<br />

Não é por acaso que o sensível Zé Celso, do<br />

grupo do Teatro Oficina, rompendo com o<br />

excelente, mas bem comportado, teatro de<br />

esquerda feito até ali, reinterpreta Chico<br />

Buarque, colocando sua música Roda Viva no<br />

palco, como expressão do descontamento e da<br />

crítica. A invasão, pelos militantes do CCC, do<br />

Teatro Ruth Escobar, onde a peça era encenada,<br />

é uma das marcas desse tristemente inesquecível<br />

ano de 68.<br />

Não é por acaso, também, que os próprios festivais<br />

se tornassem a cada dia mais radicais,

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