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AS REGRAS DE CORTESIA E DE CIVILIDADE ... - Portal La Salle

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Já que a mentira é algo tão vergonhoso, tudo o<br />

que dela por pouco se aproxima é contrário à boa<br />

educação. Assim, quando alguém nos pergunta ou<br />

quando falamos com alguém, não é educado usar<br />

palavras equívocas e de duplo sentido, em geral nessas<br />

ocasiões é mais educado desculpar-se com<br />

simplicidade por não responder, quando temos a<br />

impressão de que honestamente não podemos dizer a<br />

verdade ou o que se pensa, do que ser dúbio nas<br />

palavras. Porque a língua dupla, diz o Sábio 55 , atrai<br />

grande confusão. Também é o que são Paulo condena<br />

nos eclesiásticos como coisa que neles não se pode<br />

suportar.<br />

É preciso ser especialmente circunspeto nas<br />

palavras quando alguém nos confiou um segredo. Seria<br />

uma grande imprudência descobri-la, mesmo quando<br />

recomendássemos a quem o confiamos, não o dizer a<br />

ninguém; mesmo quando quem no-lo confiou não nos<br />

tivesse impedido dizê-lo aos outros. Pois, como diz<br />

muito bem o Sábio 56 quem revela os segredos de seu<br />

amigo, perde toda credibilidade e se coloca em<br />

situação de nunca encontrar um amigo conforme seu<br />

coração. Ele chega a considerar essa falta como muito<br />

maior do que uma injúria a seu amigo, dizendo 57 que,<br />

depois de uma injúria ainda há possibilidade de<br />

reconciliação, mas quando uma alma é tão infeliz até<br />

revelar os segredos de seu amigo, não lhe resta mais<br />

55 Eclo 5, 17<br />

56 Eclo 27, 17<br />

57 Eclo 27, 23-24<br />

157<br />

esperança alguma de volta e é em vão que ele<br />

procuraria reconquistá-lo.<br />

É uma grande falta de cortesia usar disfarce<br />

diante de uma pessoa a quem se deve respeito. É um<br />

sinal de pouca confiança e consideração para com um<br />

amigo. E não é de nenhuma forma de boa educação<br />

usar de fingimento com quem quer que seja e servir-se<br />

para isso de alguma maneira de falar ou de algum<br />

termo que não se possa entender sem estar obrigado a<br />

explicar-lhe o sentido.<br />

É muito sem graça falar em sociedade, a uma<br />

pessoa em particular, e usar expressões que os outros<br />

não compreendem. Sempre se deve fazer entender a<br />

todos os do grupo tudo o que se fala. Se uma pessoa<br />

tiver algum segredo a confiar a alguém, deve aguardar<br />

para isso até que esteja separada dos outros, ou, se for<br />

urgente, retirar-se para algum canto do lugar em que<br />

está e o dizer, depois de ter pedido licença ao grupo.<br />

Como acontece bastantes vezes que se contam<br />

notícias falsas, é preciso tomar extremo cuidado para<br />

não as divulgar facilmente, a menos que se tenha certa<br />

segurança de que são verdadeiras. Nunca se deve dizer<br />

também de quem se as ouviu, caso se tiver receio de<br />

que quem as disse não iria gostar.<br />

Precisamos esforçar-nos a nos tornar tão<br />

sinceros em nossas palavras, de modo que consigamos<br />

a reputação de ser dignos de fé e pessoa de palavra da<br />

qual se pode estar seguro e sobre quem se pode<br />

repousar. Este também é um conselho que o Sábio nos<br />

dá e que ele considera como de importância guardar a<br />

158

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