SENTENÇA - Ministério Público do Estado do Espírito Santo

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO VARA DOS FEITOS DA FAZ. PÚBLICA, REG. PÚBLICOS E MEIO AMBIENTE DA COMARCA DE ARACRUZ/ES Ainda, restou evidenciado que o espaço físico de cada gabinete de vereador, existente na Câmara Municipal, é reduzido, o que torna inviável o trabalho simultâneo de mais de 02 (dois) assessores ao mesmo tempo, ficando os outros 04 (quatro) sem local para exercerem suas funções. Nesta toada, o vereador GILBERTO FURIERI nomeou para seu gabinete servidores em cargos de assessoria, sem que fosse exigido dos referidos Secretários Parlamentares, contraprestação profissional em proveito ao Poder Legislativo Municipal. Deste modo, o Parquet sustenta que, angariou prova evidenciando que, na verdade, os servidores do Vereador não se faziam presentes no recinto da Câmara Municipal, tampouco sabiam precisar quais atividades eram desempenhadas pelo cargo que ocupavam, alegando, tão somente, que desempenhavam “atividades externas” absolutamente incompatíveis com as atribuições prescritas no Ato Normativo nº. 202/1993. Consequentemente, valendo-se da Lei 8.429/92, busca o Ministério Público a condenação dos Requeridos consistente nas sanções previstas nos incisos, II e III do artigo 12, da mesma cártula. Como de conhecimento notório, a ação de improbidade administrativa visa proteger o interesse público contra atitudes atentatórias aos princípios basilares da administração. A probidade faz parte da moralidade e da honestidade, bem como do estrito respeito ao bem comum e sua falta corrói pilares essenciais de uma República Democrática de Direitos. 6 ____________________ Thiago Vargas Cardoso Juiz de Direito
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO VARA DOS FEITOS DA FAZ. PÚBLICA, REG. PÚBLICOS E MEIO AMBIENTE DA COMARCA DE ARACRUZ/ES Aquele que atua com desonestidade, imoralidade, ou mesmo que almeja proveito próprio de locupletamento ilícito, em detrimento do interesse público, aproveitando-se assim de sua posição como agente público, prestador de serviço, ou ainda terceiro, legalmente equiparado para fins de responsabilização incorre em conduta ímproba, socialmente reprovável. No escólio de José Cretella Júnior 1 , princípios “são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência”. Para Luiz Roberto Barroso, citado por Germana Moraes 2 , "[...] os princípios constitucionais [...], explícitos ou não, passam a ser a síntese dos valores abrigados no ordenamento jurídico. Eles espelham a ideologia da sociedade, seus postulados básicos, seus fins. Os princípios dão unidade e harmonia ao sistema, integrando suas diferentes partes e atenuando tensões normativas”. Segundo Marino Pazzaglini Filho, o “Estado de direito, governam as leis e não os homens (rule by the law, not by men). É a supremacia da lei. Porque assim é, exige-se sua observância incondicional, o que implica a proibição de que seja violada. [...] Do exposto resulta para a Administração Pública: o dever de aplicar a lei; a proibição de agir contra legem ou praeter legem; a inadmissibilidade de descumprir a lei, a pretexto de sua inconstitucionalidade; a nulidade ou anulabilidade (conforme o caso) dos atos ilegais que praticar; a responsabilidade civil; a sujeição à jurisdição”. 3 1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 14.ed. São Paulo: Atlas, 2002. p.66. 2 publicado na revista Interesse Público nº 17, p. 100, apud CD-ROM Data DEZ –TJES n°03. 3 Marino Pazzaglini Filho, Márcio Fernando Elias Rosa e Waldo Fazzio Júnior, in Improbidade administrativa: aspectos jurídicos da defesa do patrimônio público. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2011. p.52. 7 ____________________ Thiago Vargas Cardoso Juiz de Direito
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