D - PEREIRA, LUIS FERNANDO LOPES.pdf - Universidade Federal ...
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morto; o segundo, apenas bastante atordoado com a pancada recabida na cabeça. Mas o fanático de nome Deffino Pontes<br />
não o deixou com vida por muitos minutos: com seu facão partiu a cabeça do capitão Gualberto. 11<br />
Até mesmo alguns textos ficcionais serão<br />
produzidos sobre o assunto como Geração do Deserto de<br />
Guido wilmar Sassi, onde a mesma luta relatada<br />
anteriormente entre o coronel João Gualberto e o monge<br />
José Maria é descrita como uma cena cinematográfica,<br />
com uma tensão crescente.<br />
Mas seguem-se os relatos jornalísticos na<br />
capital paranaense sempre no sentido de exaltar o<br />
grande herói morto, como em um texto de Hermelino de<br />
Leão que afirma,<br />
O vulto desse bravo e luzido patriota que se foi, peloespiral do heroísmo, da vida ao Pantheon, ficará gravado no nosso<br />
coração como uma uma sempre florida das pétalas da nossa grande saudade. Tombado, embora, nas cochilias do Irany,<br />
em horrível entrevero, João Gualberto restará, na História do Paraná contemporâneo, erecto como um píncaro que<br />
emergisse em vasta planicie, domuinando os annose e admirado pelas gerações sucessivas. João Gualberto nasceu para a<br />
nobre missão do civismo: a sua vida foi uma série contínua de actos e de iniciativas patrióticas, que o sagraram<br />
benemérito; (...) o calor do santo enthusiasmo pela Pátria, a fé robusta que nutria pelo futuro do Paraná e pela grandeza<br />
do Brasiil. João Gualberto era uma alma voltada para a irradeação da gloria. (...) O seu feito, attirando-se como um<br />
heroe contra hordas barbaras dos desertores da lei, indo buscar a morte onde estivesse a gloria, poderia ser um erro de<br />
estratégia, como dizem uns. ultrapassando as ordens recebidas, mas foi, indubitavelmente, um rasgo memorável dessa<br />
bravura indomiia qucera característica dos grandes guerreiros. (...) Erros estratégicos! Deixemos ao futuro a missão de<br />
reconhecê-los e julgá-los. Morto em combate pela civilisação contra o banditismo, pelo prestigio da autoridade<br />
paranaense. João Guaiberto paira acima da crítica, como uma victima da gloria e da dedicação ao Paraná. Não foi um<br />
tnunphador. mas um heroe que morreu (...) sacrificou a existência pelo Paraná, pela lei e pela Ordem, devemos mais que<br />
a muda homenagem do bronze, todo o nosso immenso reconhecimento e toda a nossa imperecível saudade. 12<br />
A consolidação da construção da imagem de João<br />
Gualberto como o grande herói paranaense se dará nas<br />
festas de seu funeral, onde um verdadeiro ritual cívico<br />
será efetivado para que a população possa prestar<br />
reverência a este mito paranaense; mas a análise de<br />
tal fato será objeto do capítulo final do presente<br />
trabalho, onde procuraremos verificar como os<br />
11 d'ASSUMPÇÃO, Herculano Teixeira. In:ibid idem.p.65.<br />
12 LEÃO, Hermelino de. Da vida ao Pantheon. À brilhante mocidade do Tiro Rio<br />
Branco. In: DIÁRIO DA TARDE. Coritiba. 29.out.1912.p.1.<br />
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