21.05.2013 Views

D - PEREIRA, LUIS FERNANDO LOPES.pdf - Universidade Federal ...

D - PEREIRA, LUIS FERNANDO LOPES.pdf - Universidade Federal ...

D - PEREIRA, LUIS FERNANDO LOPES.pdf - Universidade Federal ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ligada ao pinheiro e os mitos e lendas indígenas, em<br />

editorial da revista de divulgação das idéias<br />

paranistas, onde o próprio texto é formatado como se<br />

fosse o tronco de um pinheiro.(figura 14.Anexos)<br />

Ao transpor a Serra do Mar, vindo dos littoraes, o homem branco estacou ante a immensidade da cochilha ponteada de<br />

capões de altíssimos pinheiros. Era o paiz do Tinguy valente, idealista e generoso.A flor dos campos balouçavam os<br />

toldos de folhagem de suas cavernas aberttas no solo, para que a construcção dos acampamentos não maculasse a belleza<br />

sem par daquella natureza, nem o rumor das gentes primitivas perturbasse a passarada no dominio absoluto da<br />

amplidâo.O pinheiro era o rei desse paiz, -rei de bondade, altivo na sua estructura, mas fraternalmente acolhedor nos<br />

largos braços sempre abertos da sua ramada. A abundante prodigalidade dos seus fructos possibilitou a vida das tribos<br />

amerindas e as incursões dos emboabas coloniaes.Foi o pão e a sombra dos que primeiro possuíram e amaram nossa<br />

terra e que deram seu sangue para nossa raça.Foi do seu lenho a casa dos primeiros vindos, -a casa, a mesa, o berço.O<br />

esquife dos que vieram depois.Hoje é ainda a mais abundante riquesa do nosso sertão, a atvore mais característica da<br />

nossa flora, a mais tocante belleza da nossa paizagem. E se foi o pinheiro a árvore providencial de nossos primeiros dias,<br />

é ainda aquella que pala sua utilidade possibilitou a colonisação systematica do nosso sólo, e assim, a figura será<br />

também para a população de todas as origens que aqui habita o symbolo integrador do passado ao presente e alvorada<br />

promissora de nossa actualidade a esse futuro que ha de ser fatalmente grandioso, porque grandiosos também são as<br />

Unhas da estructura physica e moral da nossa terra e de nossa gente. 50<br />

Nesta citação vemos que Romário Martins<br />

demonstrava claramente a intenção de transformar o<br />

pinheiro no simbolo máximo dos ideais paranistas. Ele<br />

seria até mesmo o responsável pela integração de toda a<br />

diversidade étnica presente no Estado e daria o caráter<br />

de progresso e desenvolvimento que seriam as marcas do<br />

Paraná, afinal mais do que a própria construção de um<br />

discurso histórico, o pinheiro seria de fato o elemento<br />

que perpassaria todas as gerações que se encontravam em<br />

terras paranaenses e poderia representar desde um<br />

passado mais remoto, com destaque para a bravura<br />

indígena até a atualidade de avanços técnicos, passando<br />

pelos primeiros ocupantes do território.<br />

Outro elemento da natureza resgatado pelos<br />

paranistas e utilizado para a construção de lendas,<br />

50 MARTINS, Romário. O symbolo paranista. In :ILLUSTRAÇÃO PARANAENSE.Curitiba,<br />

nov.1927.<br />

147

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!