D - PEREIRA, LUIS FERNANDO LOPES.pdf - Universidade Federal ...
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evolucionário, pois desqualifica o que Marcuse chama<br />
de verdades transhistóricas da arte. 56 Não percebe que a<br />
arte não cria uma ilusão, mas sim que rompe com a<br />
realidade estabelecida. A reificação da estética<br />
marxista deprecia e desfigura a verdade exprimida pelo<br />
universo artístico, reduzindo a função cognitiva da<br />
arte à ideologia, pois ela seria condicionada pelas<br />
relações de produção.<br />
Apostando na ilusão da obra de arte, esquece uma<br />
das mais belas lições de Pablo Picasso,que dizia, todos<br />
nós sabemos que a arte não é verdade. A arte é uma<br />
mentira que nos ensina a compreender a verdade.Pelo<br />
menos aquela verdade que nós,como homens, somos capazes<br />
de compreender. 17 Mais do que essa função pedagógica, a<br />
arte, através de sua dimensão estética, tem a<br />
possibilidade de superar, transcender a realidade dada<br />
e nos mostrar uma verdade transhistórica, que está além<br />
do real que nos é imposto. Segundo Marcuse,<br />
Toute oeuvre d'art digne de ce nom serait révolutionnaire, du feit qu'elle subvertit la percepción et la comprehension du<br />
monde, qu'elle témoigne contre la réalité établie et dessine l'image exterieure de la libération. 58<br />
0 potencial revolucionário da obra de arte<br />
residiria em sua própria dimensão estética, através da<br />
qual se chega a uma outra dimensão da existência e, na<br />
medida em que se atinge este ponto, a arte já lá não<br />
56 Ibid idem.<br />
"PICASSO, Pablo. In :SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole; São<br />
Paulo; sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo'.Companhia das<br />
Letras, 1992.p.197.<br />
58 MARCUSE, Herbert.op.cit.p.11.<br />
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