D - PEREIRA, LUIS FERNANDO LOPES.pdf - Universidade Federal ...
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solitário, no horizonte. Eras uma taça de onyx, transbordante de espumas, de nuvens brancas, onde os olhos tragavam o<br />
vinho da amplidão azul. Eras a copa sagrada com que a terra faz brindes de honra ao creador!<br />
Outras ainda destacam a sua vida longa, pois<br />
para ele um lustro é uma infância e o século que<br />
derruba as florestas e as esturra, - respeita o<br />
pinheiral e nem lhe cobre as frontes augustas de<br />
singelas barbas patriarchaes. 49<br />
0 mais curioso em relação às lendas sobre o<br />
pinheiro é o fato de que os paranistas não vão recorrer<br />
para esta construção a uma reinterpretação dos mitos<br />
indígenas, ao contrário, pretenderão fazer com que o<br />
mesmo adquira características cosmoplolitas, sejam de<br />
um príncipe ou de alguma divindade. Isto porque o<br />
pinheiro é escolhido para representar não somente o<br />
paranaense do futuro, o ideal de construção do<br />
Movimento Paranista, mas o próprio Estado do Paraná.<br />
Assim, pelo fato do mesmo ser caracterizado como uma<br />
região especial por sua diversidade étnica, mais branca<br />
que o restante do país, o pinheiro acaba por encerrar<br />
os ideais de construção desta identidade paranaense, o<br />
que ficará mais claro na análise feita no terceiro<br />
capítulo, quando da verificação da utilização desta<br />
árvore no campo da arte, com a intenção de popularizá-<br />
la e de vincular o sonho paranista à mesma.<br />
Mesmo assim, Romário Martins acaba fazendo uma<br />
ponte entre esta construção da imagem do paranaense<br />
48 ILLUSTRAÇÃO PARANAENSE. Curitiba, mar.1928.<br />
49 BALLÃO JUNIOR, Jayme. Grandeza e decadência do pinheiral.In:ILLUSTRAÇÃO<br />
PARANAENSE. Curitiba, abr.1928.p.12.<br />
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