Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel
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constan<strong>do</strong> da relação: a casa <strong>de</strong> moradia e os lotes da<br />
lavoura, nos quais cultivavam feijões, trigo, abóboras,<br />
ervilhas, favas e outros <strong>pr</strong>odutos <strong>de</strong> consumo <strong>do</strong>méstico<br />
ou, quan<strong>do</strong> possível, para vendagem na feira local, que<br />
se realizava uma vez por mês e incluía negócios <strong>de</strong> ga<strong>do</strong><br />
e aves. Ali, em certa ocasião, a jovem senhora adquiriu<br />
uma vaca leiteira, que por ser mocha, custou<br />
razoavelmente um <strong>pr</strong>eço menor.<br />
Elias orientou <strong>de</strong> igual maneira a esposa, quanto à<br />
viagem, como obter os passaportes e realizar o<br />
embarque. Tomariam o navio inglês da rota Brasil-<br />
Argentina, com escala em Santos, on<strong>de</strong> iria aguardá-los.<br />
Viriam somente a sogra, companheira im<strong>pr</strong>eterível da<br />
filha Encarnação, e o Manoelzinho. O chefe <strong>pr</strong>eveniu-os,<br />
outrossim, <strong>de</strong> que estaria a espera no porto santista, <strong>ao</strong><br />
término da incômoda travessia oceânica. A seguir,<br />
tomariam o trem da São Paulo Railway em <strong>de</strong>manda <strong>do</strong><br />
Planalto Paulista e com <strong>de</strong>sembarque em São Paulo,<br />
para <strong>de</strong>scanso. Na estação da Luz fariam transbor<strong>do</strong><br />
com rumo à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barretos, <strong>de</strong>stino final da aventura.<br />
A ansieda<strong>de</strong> pelo encontro foi in<strong>de</strong>scritível. O casal<br />
vivera distantes longos meses e, a<strong>de</strong>mais, os <strong>do</strong>is<br />
esposos se amavam muito. Elias <strong>de</strong>ixara o filho<br />
<strong>pr</strong>imogênito ainda em tenra ida<strong>de</strong>. A sogra constituía uma<br />
segunda mãe. O contentamento não po<strong>de</strong>ria ser maior<br />
para to<strong>do</strong>s. Uma nova vida começava a raiar.<br />
Na verda<strong>de</strong>, numerosos parentes começaram a<br />
<strong>de</strong>sfrutar no Brasil o tipo <strong>de</strong> existência que não<br />
encontravam na terra-mãe, embora tivessem que<br />
trabalhar incansavelmente. O país é <strong>pr</strong>ódigo para quem<br />
luta; por isto, a corrente emigratória mereceu o<br />
beneplácito <strong>do</strong>s Gonçalves Salva<strong>do</strong>r. Vieram logo: o Tio<br />
João; o Raul Brandão e a família (a mulher e a filha<br />
Angelina); Jorge Rodrigues Craveiro; o jovem Elídio; os<br />
Miranda; os Ribeiro e tantos mais. A Noroeste soube<br />
acolhê-los.<br />
O Brasil convertera-se em terra <strong>de</strong> portugueses. Eles<br />
se achavam em todas as partes <strong>do</strong> país. Davam-se bem<br />
aqui, como na sua pátria. Nunca se julgavam em terra<br />
estranha. Na verda<strong>de</strong>, o Brasil era o <strong>pr</strong>olongamento <strong>de</strong><br />
Portugal, uma <strong>pr</strong>ovíncia da mãe-pátria.