12.06.2013 Views

Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

constan<strong>do</strong> da relação: a casa <strong>de</strong> moradia e os lotes da<br />

lavoura, nos quais cultivavam feijões, trigo, abóboras,<br />

ervilhas, favas e outros <strong>pr</strong>odutos <strong>de</strong> consumo <strong>do</strong>méstico<br />

ou, quan<strong>do</strong> possível, para vendagem na feira local, que<br />

se realizava uma vez por mês e incluía negócios <strong>de</strong> ga<strong>do</strong><br />

e aves. Ali, em certa ocasião, a jovem senhora adquiriu<br />

uma vaca leiteira, que por ser mocha, custou<br />

razoavelmente um <strong>pr</strong>eço menor.<br />

Elias orientou <strong>de</strong> igual maneira a esposa, quanto à<br />

viagem, como obter os passaportes e realizar o<br />

embarque. Tomariam o navio inglês da rota Brasil-<br />

Argentina, com escala em Santos, on<strong>de</strong> iria aguardá-los.<br />

Viriam somente a sogra, companheira im<strong>pr</strong>eterível da<br />

filha Encarnação, e o Manoelzinho. O chefe <strong>pr</strong>eveniu-os,<br />

outrossim, <strong>de</strong> que estaria a espera no porto santista, <strong>ao</strong><br />

término da incômoda travessia oceânica. A seguir,<br />

tomariam o trem da São Paulo Railway em <strong>de</strong>manda <strong>do</strong><br />

Planalto Paulista e com <strong>de</strong>sembarque em São Paulo,<br />

para <strong>de</strong>scanso. Na estação da Luz fariam transbor<strong>do</strong><br />

com rumo à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barretos, <strong>de</strong>stino final da aventura.<br />

A ansieda<strong>de</strong> pelo encontro foi in<strong>de</strong>scritível. O casal<br />

vivera distantes longos meses e, a<strong>de</strong>mais, os <strong>do</strong>is<br />

esposos se amavam muito. Elias <strong>de</strong>ixara o filho<br />

<strong>pr</strong>imogênito ainda em tenra ida<strong>de</strong>. A sogra constituía uma<br />

segunda mãe. O contentamento não po<strong>de</strong>ria ser maior<br />

para to<strong>do</strong>s. Uma nova vida começava a raiar.<br />

Na verda<strong>de</strong>, numerosos parentes começaram a<br />

<strong>de</strong>sfrutar no Brasil o tipo <strong>de</strong> existência que não<br />

encontravam na terra-mãe, embora tivessem que<br />

trabalhar incansavelmente. O país é <strong>pr</strong>ódigo para quem<br />

luta; por isto, a corrente emigratória mereceu o<br />

beneplácito <strong>do</strong>s Gonçalves Salva<strong>do</strong>r. Vieram logo: o Tio<br />

João; o Raul Brandão e a família (a mulher e a filha<br />

Angelina); Jorge Rodrigues Craveiro; o jovem Elídio; os<br />

Miranda; os Ribeiro e tantos mais. A Noroeste soube<br />

acolhê-los.<br />

O Brasil convertera-se em terra <strong>de</strong> portugueses. Eles<br />

se achavam em todas as partes <strong>do</strong> país. Davam-se bem<br />

aqui, como na sua pátria. Nunca se julgavam em terra<br />

estranha. Na verda<strong>de</strong>, o Brasil era o <strong>pr</strong>olongamento <strong>de</strong><br />

Portugal, uma <strong>pr</strong>ovíncia da mãe-pátria.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!