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Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

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Enfim, vêm à minha mente, após os quatro anos<br />

<strong>pr</strong>ofícuos vivi<strong>do</strong>s em Birigüi, os dizeres da sra. Maria<br />

Camargo, quan<strong>do</strong> assumi o pastora<strong>do</strong>: “O que vem fazer<br />

aqui esse menino”? Diria o mesmo agora? (1944-1946).<br />

Entretanto, <strong>ao</strong> começar o quarto ano, fiquei <strong>de</strong>veras<br />

<strong>do</strong>ente. As enfermida<strong>de</strong>s foram-se avoluman<strong>do</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

que o Gabinete Episcopal achou por bem transferir-me<br />

para Poços <strong>de</strong> Caldas e <strong>de</strong>u-me três meses <strong>de</strong> férias.<br />

Procurei médicos e fiz exames <strong>de</strong> laboratório, mas tu<strong>do</strong><br />

estava normal, menos o <strong>do</strong>ente. Afinal, o Antônio<br />

Serafani, membro <strong>de</strong> nossa igreja, levou-me <strong>ao</strong> dr. Mário<br />

Mourão, que concluiu: “Reveren<strong>do</strong>, o senhor está com<br />

stress (esgotamento); pegue uma vara <strong>de</strong> pescar e vá<br />

para à beira <strong>de</strong> algum rio; trate-se convenientemente e<br />

tome as vitaminas que vou receitar”. Assim <strong>pr</strong>ocedi e<br />

comecei a melhorar.<br />

A igreja local foi uma benção para mim e família. Eu,<br />

porém, sentia-me envergonha<strong>do</strong> por não correspon<strong>de</strong>r à<br />

bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> meus paroquianos. Então as circunstâncias<br />

me compeliram a visitar quem estivesse <strong>do</strong>ente. Cacon<strong>de</strong><br />

e Campestre muito tempo não recebiam pastor e por isso<br />

re<strong>sol</strong>vi ir até lá. Em seguida, <strong>pr</strong>oferi uma conferência<br />

sobre o trabalho <strong>de</strong> assistência social, no salão da igreja,<br />

a pedi<strong>do</strong> das senhoras.<br />

Aguardamos o nascimento <strong>do</strong> José, nosso<br />

<strong>pr</strong>imogênito, e, embora andássemos vazios <strong>de</strong> dinheiro,<br />

chamamos a parteira, conhecida pelas irmãs. Eu<br />

esperava assumir to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>veres pastorais, visto<br />

achar-me cada vez melhor, mas surgiu um <strong>pr</strong>oblema<br />

<strong>de</strong>veras <strong>pr</strong>eocupante, consubstancia<strong>do</strong> em uma carta <strong>do</strong><br />

reitor Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teologia, dr. Walter Harvey Moore.<br />

Estranhei-a pela selagem e carimbo <strong>do</strong> correio, e, por<br />

isso, abri-a imediatamente. Tratava-se <strong>de</strong> um apelo para<br />

eu ir trabalhar na Faculda<strong>de</strong> na condição <strong>de</strong> <strong>pr</strong>ofessor e<br />

<strong>de</strong> tesoureiro. Num relance pensei; “Eu não sou o<br />

<strong>de</strong>stinatário; <strong>de</strong>ve haver engano; vou agra<strong>de</strong>cer e<br />

recusar”. Todavia, perguntei-me <strong>de</strong> imediato: “Qual a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus?”. E daí em diante não tive mais<br />

<strong>de</strong>scanso.<br />

Ten<strong>do</strong> comunica<strong>do</strong> o fato à minha esposa, ela me<br />

respon<strong>de</strong>: “Eu sei a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Você veio para<br />

Poços a fim tratar-se; além <strong>do</strong> mais a igreja espera tu<strong>do</strong><br />

que estiver <strong>ao</strong> seu alcance. Por isso não vou orar”. Reuni<br />

a congregação pedin<strong>do</strong>-lhes ajuda espiritual. Ao fim <strong>de</strong><br />

uma semana, minha agonia tornara-se insuportável.<br />

Decidi que na <strong>pr</strong>óxima madrugada re<strong>sol</strong>veria o <strong>pr</strong>oblema.<br />

Levantei-me, então, quan<strong>do</strong> ainda reinava o escuro.<br />

Entrei no escritório para orar e consultar as Escrituras. As<br />

respostas agora foram sem<strong>pr</strong>e no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria<br />

respon<strong>de</strong>r <strong>ao</strong> convite afirmativamente. Corri <strong>ao</strong>s nossos<br />

aposentos e narrei à Alice o que havia aconteci<strong>do</strong>. “Se foi<br />

assim, nós iremos. Po<strong>de</strong>mos a<strong>pr</strong>ontar as malas.”<br />

Aguardávamos, no entanto, uma <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong><br />

governa<strong>do</strong>r Adhemar <strong>de</strong> Barros, que <strong>pr</strong>ometera dar uma<br />

escola à Alice na fronteira entre os <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s. As<br />

condições da Faculda<strong>de</strong> seriam bem inferiores, mas<br />

fomos.<br />

Além <strong>de</strong> <strong>pr</strong>ofessor na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teologia,<br />

encarreguei-me da classe <strong>de</strong> adultos da escola <strong>do</strong>minical<br />

em Rudge Ramos e exerci o cargo <strong>de</strong> tesoureiro daquele<br />

órgão. Preguei alguns <strong>do</strong>mingos em igrejas metodistas<br />

<strong>do</strong> ABC e <strong>de</strong> São Paulo. Atendi a interesses <strong>do</strong>s<br />

conselhos educacionais <strong>de</strong> Lins, Birigüi e Piracicaba,<br />

ocupan<strong>do</strong> às <strong>pr</strong>esidências em algumas ocasiões. Durante<br />

um ano, fui o pastor titular <strong>de</strong> Pinheiros, quan<strong>do</strong>

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