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Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

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disto, como aposenta<strong>do</strong>, meus vencimentos são baixos.<br />

Sou sócio, igualmente, <strong>de</strong> alguns órgãos, na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte. A<strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>vo contribuir<br />

financeiramente para a minha <strong>Igreja</strong>. Afirmo também que<br />

meus direitos autorais são <strong>pr</strong>ecários. De mo<strong>do</strong> geral, o<br />

que recebo incluin<strong>do</strong> todas as fontes é uma<br />

insignificância e, como se diria, “mal dá para fazer um<br />

cego cantar”.<br />

Seria enganoso afirmar agora, que tu<strong>do</strong> me vai bem,<br />

ou que tenho dinheiro e saú<strong>de</strong> e, enfim, que vivo em mar<br />

<strong>de</strong> rosas. Sei que muita gente assim pensa, julgan<strong>do</strong>-me<br />

pelas aparências. Se, todavia, possuo certos haveres,<br />

estes foram ganhos através <strong>de</strong> renúncias, <strong>de</strong>dicação,<br />

trabalho e economias. Não gasto à-toa e somente<br />

com<strong>pr</strong>o à vista, quan<strong>do</strong> tenho dinheiro à mão. E <strong>de</strong> igual<br />

forma <strong>pr</strong>oce<strong>do</strong> com relação à saú<strong>de</strong>: não uso bebida<br />

alcoólica, tabaco ou drogas. Escolho o bom alimento.<br />

Defen<strong>do</strong> a saú<strong>de</strong>.<br />

Infelizmente, já sofri dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> toda sorte. Já<br />

pa<strong>de</strong>ci alegrias e tristezas, vitórias e <strong>de</strong>rrotas, sur<strong>pr</strong>esas<br />

e <strong>de</strong>sapontamentos. Mas, graças a Deus, tu<strong>do</strong> já se foi.<br />

Só ficou o essencial. Seria uma tremenda <strong>de</strong>sventura se<br />

tivéssemos que reter o imenso caudal <strong>de</strong> coisas que nos<br />

suce<strong>de</strong>ram no passa<strong>do</strong>. A velhice nunca é plena e nem<br />

acontece num instante. Vem <strong>ao</strong>s poucos, normalmente.<br />

O a<strong>pr</strong>endiza<strong>do</strong> vai-se tornan<strong>do</strong> mais vagaroso, mas ainda<br />

subsiste; por exemplo, ainda posso <strong>de</strong>dilhar o meu<br />

ban<strong>do</strong>lim. Também reluto quanto à <strong>pr</strong>esteza no aten<strong>de</strong>r à<br />

correspondência que me chega quase diariamente.<br />

Outrossim, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um tombo que levei há tempos<br />

na rua, já não creio tanto em mim. São sinais,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, <strong>de</strong> que somos limita<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> que o <strong>sol</strong><br />

está <strong>de</strong>clinan<strong>do</strong>.<br />

Por motivos especiais, quase nada disse sobre minha<br />

família e nossos parentes. Mas eles sem<strong>pr</strong>e estiveram<br />

comigo. Penso em to<strong>do</strong>s. Eu os amo <strong>pr</strong>ofundamente,<br />

sobretu<strong>do</strong> os filhos e os netos. Admito que nunca nos<br />

<strong>de</strong>sapontaram. Sinto apenas que não se importem tanto<br />

com a religião, que julgo <strong>de</strong> suma importância para a vida<br />

<strong>de</strong> cada um.<br />

No entanto, resta-me agora dar graças a Deus pelas<br />

bênçãos que me conce<strong>de</strong>u e pelo que me aju<strong>do</strong>u a<br />

realizar. É tempo <strong>de</strong> repetir as palavras, inspiradas, <strong>do</strong><br />

compositor sacro: “Graças <strong>do</strong>u por esta vida, pelo bem<br />

que revelou; graças <strong>do</strong>u pelo futuro e por tu<strong>do</strong> que<br />

passou; pelas bênçãos <strong>de</strong>rramadas, pelo amor, pela<br />

aflição, pelas graças reveladas; graças <strong>do</strong>u pelo perdão”.<br />

E, para concluir, vou contar um fato que aconteceu há<br />

poucos dias quan<strong>do</strong> apanhei o ônibus para ir a São<br />

Paulo. Como o governo subscreveu uma lei isentan<strong>do</strong> os<br />

passageiros com mais <strong>de</strong> 65 anos <strong>de</strong> pagarem qualquer<br />

taxa, eu entrei afoitamente no veículo, mas, <strong>ao</strong> <strong>de</strong>scer no<br />

ponto final, o motorista <strong>do</strong> veículo me advertiu, dizen<strong>do</strong>:<br />

“O senhor não se i<strong>de</strong>ntificou”. Voltei-me para o mesmo e<br />

lhe respondi: muito obriga<strong>do</strong>, porque o senhor tirou-me<br />

mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. “Nem os meus cabelos brancos lhe<br />

valeram para o cálculo, pois tenho acima <strong>de</strong> setenta”.<br />

Meu casamento com a Anídia contribuiu para<br />

enriquecer a nossa família, a qual, agora, é uma só. Além<br />

<strong>do</strong>s meus três filhos e <strong>do</strong>s seis maravilhosos netos, ela<br />

acrescentou as suas filhas, os genros e as belíssimas<br />

garotinhas. Constituem jóias valiosas, que <strong>pr</strong>ezamos<br />

muito, a <strong>pr</strong>of. Elcy, casada com o reveren<strong>do</strong> Nelson Luiz<br />

Campos Leite; o <strong>pr</strong>of. Ely Barreto César, que é um <strong>do</strong>s<br />

mentores da Universida<strong>de</strong> <strong>Metodista</strong> <strong>de</strong> Piracicaba, e seu<br />

irmão, o abaliza<strong>do</strong> cardiologista, dr. Eliel Barreto César.

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