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Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

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os arquivos na avenida Antônio José <strong>de</strong> Almeida, número<br />

1.078, no andar térreo. Fomos recebi<strong>do</strong>s cordialmente<br />

pela diretora, graças <strong>ao</strong>s <strong>do</strong>cumentos que lhe<br />

a<strong>pr</strong>esentamos, além <strong>do</strong> espírito agora vigente em<br />

Portugal, tratan<strong>do</strong>-se pelo menos <strong>de</strong> brasileiros, fato bem<br />

diverso daquele que encontramos em 1963, em minha<br />

<strong>pr</strong>imeira viagem. O governo mudara, e, com a Revolução<br />

<strong>do</strong>s Cravos, o país enveredara por novos caminhos. Não<br />

nos foram <strong>pr</strong>oibidas anotações e nem microfilmar os<br />

<strong>do</strong>cumentos que quiséssemos. Podíamos trabalhar sem<br />

embaraços. Constatamos, todavia, que poucos foram os<br />

historia<strong>do</strong>res e economistas que ali estiveram, não<br />

obstante a riqueza <strong>de</strong> material informativo jazente em<br />

suas <strong>pr</strong>ateleiras. De fato, muita coisa útil nos foi da<strong>do</strong><br />

conhecer, conforme se vislumbra na obra resultante, Os<br />

Cristãos-Novos em Minas Gerais durante o Ciclo <strong>do</strong> Ouro<br />

(1855-1875). Manuscritos <strong>de</strong>veras <strong>pr</strong>eciosos nos vieram<br />

às mãos. Uns sobre o ingresso <strong>do</strong> metal refulgente,<br />

outros acerca <strong>do</strong> transporte <strong>do</strong> mesmo entre Brasil e<br />

Portugal; das <strong>pr</strong>ecauções a<strong>do</strong>tadas; a atuação <strong>do</strong>s<br />

merca<strong>do</strong>res; o contraban<strong>do</strong>, e outros <strong>pr</strong>oblemas<br />

correlatos. Pô<strong>de</strong>-se julgar o teor das relações com a Grã-<br />

Bretanha, que nos permitia esclarecer certos <strong>pr</strong>oblemas.<br />

Entretanto, não bastava a saga na Casa da Moeda.<br />

Tivemos que colher informes suplementares numa série<br />

<strong>de</strong> fontes esparsas em arquivos e bibliotecas da<br />

monumental cida<strong>de</strong> lisbonense. Por isso, nos dirigimos<br />

<strong>pr</strong>imeiro à Alfân<strong>de</strong>ga Geral e, a seguir, à Conta<strong>do</strong>ria da<br />

Fazenda (em quatro volumes), <strong>de</strong> 1726 a 1796, e <strong>de</strong>pois<br />

<strong>ao</strong> Ministério das Finanças, seguin<strong>do</strong>-se o Arquivo<br />

Histórico Ultramarino, a Torre <strong>do</strong> Tombo e a Biblioteca<br />

Nacional; to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> suma importância para o estu<strong>do</strong> em<br />

questão. Por exemplo, nesta última, tivemos o ensejo <strong>de</strong><br />

examinar a valiosa Coleção Pombalina, guardíã <strong>de</strong><br />

esclarece<strong>do</strong>res <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> século XVII, relaciona<strong>do</strong>s<br />

com Portugal, Brasil e nações da Velha Europa. Foi<br />

im<strong>pr</strong>escindível, igualmente, correr à Secção <strong>do</strong>s<br />

Reserva<strong>do</strong>s, sem ignorar os livros <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> público<br />

em geral, como Instruções Inéditas, <strong>do</strong> sr. D. Luís da<br />

Cunha, ilustre diplomata, re<strong>pr</strong>esentante <strong>de</strong> Portugal em<br />

diversas nações, cuja obra escreveu a Azere<strong>do</strong> Coutinho.<br />

Desse rnesmo Cunha é o a<strong>pr</strong>ecia<strong>do</strong> Testamento Político.<br />

Lembro, outrossim, o excelente estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>pr</strong>ofessor<br />

Jorge Borges <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong> sobre A Situação Econômica <strong>ao</strong><br />

Tempo <strong>de</strong> Pombal, que tivemos o <strong>pr</strong>azer <strong>de</strong> manusear na<br />

grandiosa biblioteca, como também The Methueens and<br />

Portugal, <strong>de</strong> A. D. Francis, além <strong>de</strong> outros acerca das<br />

relações com a Inglaterra. Examinamos, <strong>de</strong> igual mo<strong>do</strong>,<br />

os <strong>pr</strong>ocessos <strong>do</strong> Santo Ofício da Inquisição, nos quais<br />

são encontra<strong>do</strong>s os nomes <strong>de</strong> pessoas no trato <strong>do</strong> ouro<br />

<strong>do</strong> Brasil. Pagamos uma taxa <strong>de</strong> inscrição na Biblioteca<br />

Pública Nacional, a única que nos foi exigida. O Arquivo<br />

Histórico Ultramarino exigiu pesquisas sobre Angola e<br />

<strong>de</strong>mais possessões, especialmente no tocante <strong>ao</strong><br />

território das Minas Gerais. Por sua vez, no Arquivo <strong>do</strong><br />

Tombo vimos os livros im<strong>pr</strong>essos das Chancelarias<br />

Reais, <strong>de</strong> D. João IV a D. João V; os Manuscritos da<br />

Casa <strong>de</strong> Cadaval; os Manuscritos <strong>do</strong> Brasil, e quantos<br />

outros julgamos necessários <strong>ao</strong> nosso estu<strong>do</strong>.<br />

Contu<strong>do</strong>, pouco tempo nos restou para conhecer<br />

Lisboa e arre<strong>do</strong>res melhor. Eu os visitara nas viagens<br />

anteriores, mas a Anídia ainda não. O clima frio e<br />

chuvoso nos estorvava, a exemplo <strong>do</strong> que aconteceu em<br />

nossa <strong>pr</strong>imeira tentativa <strong>de</strong> subir até o castelo <strong>de</strong> São<br />

Jorge, quase no centro da urbe lisbonense. Era <strong>do</strong>mingo.<br />

Pretendíamos tomar o ônibus no largo da Figueira mas<br />

tivemos que retornar para o alojamento, pois o vento e a<br />

cerração nos impediram; parecia São Paulo em<br />

<strong>de</strong>terminada época <strong>do</strong> ano. Fomos obriga<strong>do</strong>s a transferir<br />

o passeio para o <strong>do</strong>mingo seguinte, pois nenhum turista

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