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Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

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Igualmente importante para se saber muita coisa<br />

sobre o nosso país, são os chama<strong>do</strong>s Ca<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong><br />

Promotor que tive a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler e anotar. Seguiramse<br />

o Livro <strong>do</strong>s Penitencia<strong>do</strong>s pela Inquisição, o Corpo<br />

Cronológico e tantos mais.<br />

A Biblioteca Nacional não fica atrás como fonte<br />

histórica. Gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s seus <strong>do</strong>cumentos já se<br />

acham im<strong>pr</strong>essos. Destaco os compulsa<strong>do</strong>s por mim nas<br />

visitas que lhe fiz: Regimentos Reais em seis volumes,<br />

por José Roberto M. <strong>de</strong> Campos Coelho; Leis<br />

extravagantes <strong>de</strong> Portugal; Constituições Sinodais;<br />

Prática da Arte <strong>de</strong> Navegar— Roteiro para o Brasil;<br />

Or<strong>de</strong>nação Manoelinas e as <strong>de</strong> Filipe; informes sobre a<br />

escravatura; o tráfico negreiro; A História <strong>do</strong> Direito<br />

Português, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Marcelo Caetano e centenas <strong>de</strong><br />

outros livros.<br />

A Biblioteca <strong>do</strong> Porto pôs à minha disposição História<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto; História das colônias; Portugal e os<br />

Holan<strong>de</strong>ses; O Valor da Moeda Portuguesa; <strong>do</strong>cumentos<br />

sobre o Rio da Prata; Catálogo <strong>do</strong>s Manuscritos<br />

Ultramarinos; Rezão <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil; Colônia <strong>do</strong><br />

Sacramento; Memória da guerra <strong>de</strong> Pernambuco etc.<br />

Encontrei, outrossim, abundante <strong>do</strong>cumentação na<br />

Biblioteca da Ajuda, na Biblioteca da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Coimbra e na Aca<strong>de</strong>mia das Ciências <strong>de</strong> Lisboa. No<br />

Arquivo Histórico Ultramarino, <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> suma<br />

importância sobre o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, ou melhor,<br />

capitania <strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

To<strong>do</strong> esse material foi mais <strong>do</strong> que suficiente para<br />

<strong>pr</strong>eencher o tempo em Lisboa, Coimbra e Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Porto. O que se relaciona acima é apenas um mo<strong>de</strong>sto<br />

exemplo <strong>do</strong> que compulsei nesta viagem <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s.<br />

Em Lisboa, costumava ir, às segundas-feiras pela<br />

manhã, <strong>ao</strong>s escritórios da Varig, para ler os jornais <strong>do</strong><br />

Brasil que seus aviões traziam; <strong>ao</strong> passo que nos <strong>de</strong>mais<br />

dias, visitava os sebos e as livrarias à <strong>pr</strong>ocura <strong>de</strong><br />

manuscritos antigos. De quan<strong>do</strong> em quan<strong>do</strong>, dirigia-me<br />

<strong>ao</strong> escritório <strong>do</strong> nosso patrício Álvaro Gonçalves Pereira,<br />

ou quan<strong>do</strong> não, à sua loja, <strong>de</strong>nominada “Livro Brasileiro”,<br />

para um bate-papo e inteirar-me das últimas publicações<br />

em nossa pátria, distribuídas para outros países. Por<br />

diversas vezes adquiri e <strong>de</strong>spachei certas obras<br />

consi<strong>de</strong>radas interessantes <strong>ao</strong> en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> alguém da<br />

família em São Paulo, como exemplo:<br />

História <strong>do</strong>s Cristãos-Novos Portugueses, <strong>de</strong> Lúcio <strong>de</strong><br />

Azeve<strong>do</strong>; A Inquisição <strong>de</strong> Gôa, <strong>de</strong> Antonio Baião, e<br />

diversos outros.<br />

Gostava <strong>de</strong> conversar com as pessoas sobre<br />

Portugal, fossem ilustres ou não. O dr. José Ignácio<br />

Gomes, médico aposenta<strong>do</strong>, <strong>do</strong> Algarve, era um <strong>de</strong>les.<br />

Junto com a esposa vinha almoçar na Pensão Morais. De<br />

outra feita, à tar<strong>de</strong>, após o Arquivo <strong>do</strong> Tombo, re<strong>sol</strong>vi<br />

assentar-me na Avenida Liberda<strong>de</strong> <strong>ao</strong> la<strong>do</strong> <strong>de</strong> certo<br />

cidadão, senhor <strong>de</strong> boa aparência. Notan<strong>do</strong> que eu era<br />

brasileiro encetou conversa comigo dizen<strong>do</strong>: “Vocês nos<br />

con<strong>de</strong>nam porque os EUA <strong>pr</strong>ogrediram muito, <strong>ao</strong> passo<br />

que os portugueses vos <strong>de</strong>ixaram no atraso”. Então,<br />

respondi que tal julgamento <strong>de</strong>via ser corrigi<strong>do</strong>, visto<br />

haver razões que muito beneficiaram aquela nação e lhe<br />

apontei as <strong>pr</strong>incipais, começan<strong>do</strong> pela posição geográfica<br />

e a seguir o clima, o tipo <strong>de</strong> <strong>sol</strong>o, o habitante indígena, a<br />

agricultura, a mineração, e assim por diante. Em<br />

conclusão, o referi<strong>do</strong> cidadão acrescentou que não sabia<br />

disso. Mas eu percebo que inúmeros brasileiros<br />

en<strong>do</strong>ssam igual conceito.

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