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Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

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os exames vestibulares, bem como a fiscalizar a<br />

execução <strong>do</strong>s mesmos.<br />

Entrementes, minha atuação no setor cultural subiu<br />

<strong>de</strong> nível; novas portas se abriram. Escrevi estu<strong>do</strong>s para a<br />

Revista <strong>de</strong> História, da USP, e para o Suplemento<br />

Literário <strong>de</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo; a obra Os Cristãos-<br />

Novos: Povoamento e Colonização <strong>do</strong> Brasil; O Didaquê,<br />

em 2ª edição; a História <strong>do</strong> Metodismo no Brasil. Depois,<br />

em 1972, <strong>pr</strong>oferi uma conferência em Lins, comemoran<strong>do</strong><br />

o qüinquagésimo aniversário <strong>do</strong> Instituto Americano.<br />

Ingressei como titular em diversos institutos e aca<strong>de</strong>mias<br />

culturais; recebi alguns <strong>pr</strong>êmios literários e menções<br />

honrosas. Foi, portanto, uma fase <strong>de</strong> trabalhos e <strong>de</strong><br />

vitórias.<br />

Todavia, <strong>pr</strong>ecisei voltar a Portugal, realizan<strong>do</strong> então a<br />

terceira viagem, a qual, aliás, é <strong>de</strong>corrente das obras já<br />

publicadas. Suce<strong>de</strong> que o <strong>pr</strong>ofessor José Honório<br />

Rodrigues, <strong>ao</strong> <strong>pr</strong>efaciar Os Cristãos-Novos e o Comércio<br />

no Atlântico Meridional, em 1978, impôs-me a obrigação<br />

<strong>de</strong> escrever nova obra,<br />

abordan<strong>do</strong> o tema “Os cristãos-novos <strong>ao</strong> tempo da<br />

mineração”, pois, segun<strong>do</strong> disse, eu teria condições para<br />

<strong>de</strong>scobrir-lhes as ativida<strong>de</strong>s nas Gerais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

<strong>de</strong>scobrimento das minas, exploração <strong>do</strong> ouro e <strong>de</strong>mais<br />

minérios. Não pu<strong>de</strong> atendê-lo <strong>pr</strong>ontamente e sim mais<br />

tar<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> foi possível.<br />

Durante muito tempo estive <strong>pr</strong>eocupa<strong>do</strong> em <strong>de</strong>slindar<br />

o <strong>pr</strong>oblema <strong>do</strong>s ju<strong>de</strong>us no tráfico <strong>de</strong> escravos, motivo da<br />

viagem que faria a Portugal em 1977, retardada até então<br />

por carência <strong>de</strong> recursos, razão esta, porque busquei,<br />

mais uma vez, o apoio <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Cultura<br />

Portuguesa, sedia<strong>do</strong> em Lisboa. Enquanto aguardava,<br />

conclui Os Cristãos-Novos e o Comércio no Atlântico<br />

Meridional, com a qual candidatei-me <strong>ao</strong> <strong>pr</strong>êmio maior<br />

em história <strong>pr</strong>omovi<strong>do</strong> pelo Instituto Nacional <strong>do</strong> Livro e,<br />

felizmente, obtive essa láurea. Logo chegou também a<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> órgão lusitano, oferecen<strong>do</strong>-me 7.000<br />

escu<strong>do</strong>s. Assim, a 3 <strong>de</strong> agosto, embarquei em Viracopos<br />

para Lisboa; antes passei pela alfân<strong>de</strong>ga, na qual fui<br />

vistoria<strong>do</strong> a nú. A viagem em avião pela TAP não po<strong>de</strong>ria<br />

ter si<strong>do</strong> melhor.<br />

Desembarquei no dia seguinte, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, após o<br />

almoço no restaurante Águia <strong>de</strong> Ouro, fui a<strong>pr</strong>esentar-me<br />

<strong>ao</strong> Instituto <strong>de</strong> Cultura Portuguesa para receber a “quota”<br />

referente à bolsa <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s. Hospe<strong>de</strong>i-me novamente<br />

na Pensão Morais, a qual, não mais oferecia refeições<br />

como antes, mas tão somente um pequeno almoço ou<br />

<strong>de</strong>sjeum, porque os <strong>pr</strong>eços haviam subi<strong>do</strong> <strong>de</strong>veras. Aliás,<br />

aconteceram mudanças sensíveis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última vez que<br />

estive em Portugal, exceto no aspecto estrutural da<br />

cida<strong>de</strong>. A campanha política emporcalhara Lisboa. Eram<br />

numerosos os ‘retorna<strong>do</strong>s” das antigas colônias, e o<br />

governo dava-lhes uma ajuda, conforme o total <strong>de</strong><br />

pessoas em cada família, <strong>de</strong> sorte que alguns até faziam<br />

economia.<br />

Sem<strong>pr</strong>e que possível visitava os velhos amigos. À<br />

noite assistia <strong>ao</strong> <strong>pr</strong>ograma da RTP, na pensão. Nas<br />

segundas-feiras ia ler os jornais <strong>do</strong> Brasil na Varig.<br />

Quanto às pesquisas, repeti as buscas nos arquivos e<br />

bibliotecas já conheci<strong>do</strong>s, além <strong>de</strong> outros novos, a saber:<br />

Arquivo Histórico <strong>do</strong> Ministério das Finanças e Arquivo <strong>do</strong><br />

Tribunal <strong>de</strong> Contas.<br />

Deu-me gran<strong>de</strong> satisfação a visita <strong>ao</strong> Museu da<br />

Marinha, <strong>pr</strong>óximo <strong>ao</strong> mosteiro <strong>do</strong>s Jerônimos, pelo que vi<br />

e a<strong>pr</strong>endi; além <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, gostava <strong>de</strong> assentar-me no<br />

parque Eduar<strong>do</strong> VII e contemplar, nas adjacências, o

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