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Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel

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<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ir <strong>ao</strong> famoso reduto, tal a sua história e a<br />

<strong>pr</strong>ivilegiada localização na parte alta da capital, quase à<br />

margem <strong>do</strong> esplen<strong>do</strong>roso rio Tejo. O castelo esteve nas<br />

mãos <strong>do</strong> conquista<strong>do</strong>r árabe durante séculos, até à<br />

retomada. A construção é sólida, toda <strong>de</strong> pedras, e<br />

ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong> um fosso <strong>de</strong> difícil travessia. Percorremos<br />

então as <strong>de</strong>pendências, quan<strong>do</strong>, também, avistamos o<br />

Tejo, as vilas <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> e gran<strong>de</strong> parte da cida<strong>de</strong>.<br />

No <strong>do</strong>mingo imediato apanhamos o comboio no cais<br />

<strong>do</strong> Sodré, rumo à antiga cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sintra. Queríamos,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, visitar o castelo real situa<strong>do</strong> no cimo da<br />

serra. Uma vez ali, um guia oficial nos aju<strong>do</strong>u, e <strong>ao</strong>s<br />

<strong>de</strong>mais turistas, a conhecer o referi<strong>do</strong> casarão,<br />

especialmente as salas <strong>do</strong>s brasões, <strong>do</strong>s cisnes, das<br />

pêgas e a das audiências, além da enorme cozinha e da<br />

rústica casa <strong>de</strong> banhos reservada para el-rei e a gente<br />

nobre. Vimos os aposentos on<strong>de</strong> esteve confina<strong>do</strong> d.<br />

Afonso VI, bem como o terraço no qual consta que<br />

Camões leu os Lusíadas para a Corte. Afinal, fomos<br />

almoçar no restaurante “O Brasileiro”, pouco convidativo.<br />

Seguimos <strong>de</strong>pois para a hospedaria em Lisboa.<br />

Alguns dias mais tar<strong>de</strong>, coube-nos a vez <strong>de</strong> visitar<br />

Queluz, que eu já conhecia, e em cujos pomares me<br />

perdi naquela <strong>pr</strong>imeira ocasião com o amigo Jaime<br />

Mourão. O Palácio Real dista da estação uns três mil<br />

metros. Não é suntuoso mas já possui história. Gostamos<br />

<strong>de</strong> ver a bela sala das audiências e das <strong>sol</strong>enida<strong>de</strong>s, e<br />

nos <strong>de</strong>tivemos também nos aposentos on<strong>de</strong> nasceu e<br />

faleceu el-rei d. Pedro IV e o ex-impera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil, d.<br />

Pedro I. Já era noite quan<strong>do</strong> regressamos à Lisboa.<br />

Num outro <strong>do</strong>mingo, quase véspera <strong>de</strong> nosso<br />

embarque para o Brasil, o reveren<strong>do</strong> Augusto Esperança<br />

e sua senhora, nos levaram a Setúbal, às margens <strong>do</strong><br />

Atlântico, após transpor o rio Tejo, através da ex-ponte<br />

Salazar. É que a <strong>Igreja</strong> Presbiteriana comemorava<br />

festivamente o seu <strong>pr</strong>imeiro centenário, ten<strong>do</strong> à frente o<br />

pastor José da Silveira Salva<strong>do</strong>r, meu parente.<br />

Cum<strong>pr</strong>imentei-o, e à esposa, e assistimos a <strong>pr</strong>ogramação<br />

constante <strong>de</strong> parte religiosa e folclórica. O almoço nos foi<br />

ofereci<strong>do</strong> pelo casal Esperança em restaurante <strong>de</strong><br />

Setúbal. Tiramos fotos numa das <strong>pr</strong>aças e junto <strong>ao</strong> cais.<br />

Não nos foi possível ir à Universida<strong>de</strong>, embora<br />

atravessássemos o seu “campus” quase to<strong>do</strong>s os dias.<br />

Nem sequer fui abraçar os amigos ali. Soube que o Dario<br />

Carvalho, aparenta<strong>do</strong> comigo, <strong>de</strong>ntista brasileiro <strong>de</strong> Lins,<br />

<strong>pr</strong>etendia criar uma Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> O<strong>do</strong>ntologia, coisa <strong>de</strong><br />

que Portugal muito carece. Aliás, temos conhecimento <strong>de</strong><br />

que diversos <strong>pr</strong>ofissionais <strong>de</strong>ssa especialida<strong>de</strong> foram<br />

para lá, dan<strong>do</strong> origem a incompatibilida<strong>de</strong>s. Mas,<br />

certamente, o bom senso <strong>pr</strong>evalecerá entre os <strong>do</strong>is<br />

grupos.<br />

Quero dizer, por último, que <strong>de</strong>scortinamos agora<br />

notável diferença entre o país <strong>de</strong> Salazar e o <strong>de</strong> Mário<br />

Soares. Desfruta-se <strong>de</strong> maior liberda<strong>de</strong>. Reina or<strong>de</strong>m e<br />

certa estabilida<strong>de</strong> nos <strong>pr</strong>eços. Ali vivem, <strong>pr</strong>esentemente,<br />

muitos retorna<strong>do</strong>s das ex-colônias portuguesas e,<br />

inclusive, africanos negros. Notamos numerosos<br />

casebres <strong>ao</strong> la<strong>do</strong> <strong>de</strong> edifícios majestosos; o antigo e o<br />

mo<strong>de</strong>rno. Aguarda-se o ingresso <strong>de</strong> Portugal no merca<strong>do</strong><br />

comum europeu.

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