Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel
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A ATIVIDADE PASTORAL<br />
Nada havia no seio da família e nem mesmo na<br />
parentela que me inclinasse a optar pelo ministério<br />
evangélico. A <strong>de</strong>cisão foi inteiramente minha. Ignorava<br />
tu<strong>do</strong> quanto po<strong>de</strong>ria acontecer no futuro, mas firmei-me<br />
na convicção <strong>de</strong> que Deus me faria vitorioso, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />
que ingressei na carreira para o que <strong>de</strong>sse e viesse. Meu<br />
lema resumia-se a três palavras: viver para servir. O<br />
Reino <strong>do</strong> Senhor Jesus acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>. Não aceitaria, dali<br />
em diante, ocupação alguma por amor <strong>ao</strong> dinheiro ou<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> glória.<br />
Eu já conhecia um pouco a <strong>Igreja</strong> <strong>Metodista</strong>, graças à<br />
vivência com os <strong>pr</strong>ofessores e administração no Colégio<br />
Americano, além <strong>de</strong> que estava freqüentan<strong>do</strong> os cultos<br />
no templo local e me inscrevera na classe <strong>de</strong><br />
catecúmenos, dirigida pelo reveren<strong>do</strong>-<strong>pr</strong>ofessor Belmiro<br />
<strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Depois, aconteceu abrirem-se para mim as<br />
portas <strong>de</strong> acesso à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teologia, on<strong>de</strong><br />
permaneceria quatro anos <strong>pr</strong>oveitosos. Entretanto, antes<br />
<strong>de</strong> concluir o curso, as autorida<strong>de</strong>s eclesiásticas pediramme<br />
para assumir o pastora<strong>do</strong> da paróquia <strong>de</strong> Três Rios<br />
(1938), e no ano seguinte (1939), a <strong>de</strong> Marquês <strong>de</strong><br />
Valença, ambas no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio. Em linguagem clara,<br />
isto significava que eu viajava todas as semanas pelo<br />
trem da Central <strong>do</strong> Brasil, bal<strong>de</strong>an<strong>do</strong> em Afonso Arinos,<br />
no caso <strong>de</strong> ir a Valença. Adquiri, assim, uma boa <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />
experiência.<br />
Uma vez concluí<strong>do</strong>s os cursos <strong>de</strong> Teologia e <strong>de</strong><br />
Ciências e Letras, este pelo Instituto Granbery, fui bater<br />
às portas <strong>do</strong> Concílio Regional <strong>do</strong> Centro, que era o<br />
terceiro da <strong>Igreja</strong> <strong>Metodista</strong> no Brasil. Isto se passou em<br />
janeiro <strong>de</strong> 1940, data muito relevante no meu calendário,<br />
pois fui admiti<strong>do</strong> como membro <strong>do</strong> ministério eclesiástico,<br />
embora na classificação <strong>do</strong>s “em experiência”, por <strong>do</strong>is<br />
anos. Então, ouvi pela <strong>pr</strong>imeira vez os pastores cantarem<br />
em uníssono, antes das nomeações pelo bispo César<br />
Dacorso Filho, o im<strong>pr</strong>essionante hino: “Nem sem<strong>pr</strong>e será<br />
para on<strong>de</strong> eu quiser que o Mestre me há <strong>de</strong> mandar”,<br />
torna<strong>do</strong> cântico oficial daquela cerimônia sem<strong>pr</strong>e que o<br />
evento se repetisse. Comigo foram muitas, até à<br />
aposenta<strong>do</strong>ria em 1975. O obreiro obe<strong>de</strong>ce às or<strong>de</strong>ns<br />
<strong>do</strong>s seus mentores, embora saben<strong>do</strong> que o critério possa<br />
causar, às vezes, choques ferinos.<br />
Minha <strong>pr</strong>imeira nomeação aconteceu no início da<br />
Segunda Guerra Mundial, <strong>pr</strong>ecisamente em janeiro <strong>de</strong><br />
1940. Coube-me o pastora<strong>do</strong> <strong>do</strong>s municípios <strong>de</strong> Pirajuí,<br />
Presi<strong>de</strong>nte Alves, Guarantã e Cafelândia, engloban<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>zoito pontos <strong>de</strong> atendimento. <strong>Igreja</strong>s rurais, fracas,<br />
quase sem recursos e mal servidas por transportes.<br />
Havia falta <strong>de</strong> ônibus (chama<strong>do</strong>s “jardineiras”) e <strong>de</strong><br />
ga<strong>sol</strong>ina, sem contar que inexistiam estradas <strong>de</strong> asfalto,<br />
somente <strong>de</strong> chão bati<strong>do</strong>. Mais tar<strong>de</strong> surgiram os<br />
vagarosos carros movi<strong>do</strong>s a gasogênio, que usavam<br />
carvão <strong>de</strong> lenha retira<strong>do</strong> nas matas interioranas.<br />
A se<strong>de</strong> <strong>do</strong> imenso campo pastoral localizava-se em<br />
Pirajuí e era servida por um mo<strong>de</strong>sto ramal da Estrada <strong>de</strong><br />
Ferro Noroeste. Para Guarantã e Cafelândia, teria que<br />
viajar <strong>de</strong> jardineira no horário estabeleci<strong>do</strong> pela em<strong>pr</strong>esa,<br />
<strong>do</strong>na <strong>do</strong> veículo, e que vinha <strong>de</strong> Bauru, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> das<br />
circunstâncias.<br />
Iniciei, <strong>pr</strong>ontamente, o trabalho pastoral visitan<strong>do</strong> as<br />
autorida<strong>de</strong>s, acompanha<strong>do</strong> pelo sr. Aurélio Ribeiro,