Do amanhecer ao pr-do-sol - Igreja Metodista de Vila Isabel
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iniciamos o levantamento <strong>de</strong> recursos para a construção<br />
<strong>do</strong> novo templo, e atendi também à congregação <strong>de</strong><br />
Cotia. Vivi, então <strong>de</strong> mangas arregaçadas o tempo to<strong>do</strong>,<br />
simbolicamente.<br />
Devo acrescentar que a situação no país abateu-se<br />
igualmente sobre nós. Experimentamos a ditadura <strong>de</strong><br />
Vargas e as conseqüências amargas <strong>do</strong> seu suicídio, já<br />
antes <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> agosto no ano fatídico <strong>de</strong> 1954.<br />
Assistimos à vitoriosa campanha <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l Castro em<br />
Cuba e a sua posse em janeiro <strong>de</strong> 1959. Depois<br />
suce<strong>de</strong>ram-se as duas copas mundiais <strong>de</strong> futebol em<br />
1958 e 1962. Em 1964, seguiu-se o governo militar no<br />
Brasil. Na mesma ocasião, estalou a crise em nossa<br />
Faculda<strong>de</strong>, que resultou para mim no regresso <strong>ao</strong><br />
pastora<strong>do</strong> exclusivo, engloban<strong>do</strong> 37 anos <strong>de</strong> ministério,<br />
até à aposenta<strong>do</strong>ria. Eu fora nomea<strong>do</strong> ultimamente para<br />
Campo Belo, Cunha (e Cume), Santo Estevão e, por<br />
último, Rudge Ramos.<br />
XI<br />
XI<br />
INGRESSO NO MAGISTÉRIO DA<br />
FACULDADE DE TEOLOGIA E<br />
OUTRAS FUNÇÕES<br />
Constituiu, evi<strong>de</strong>ntemente, uma chocante sur<strong>pr</strong>esa o<br />
convite <strong>do</strong> reitor da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teologia para que eu<br />
fosse trabalhar na mesma. Daí porque, ainda na agência<br />
<strong>do</strong> correio, rasguei o envelope e li a carta. De imediato,<br />
voltei-me para mim dizen<strong>do</strong>: “O en<strong>de</strong>reço está erra<strong>do</strong>;<br />
<strong>de</strong>ve ser outro o <strong>de</strong>stinatário; e nem eu tenho condições<br />
para assumir tais encargos, a saber: lecionar e dirigir a<br />
tesouraria”. A<strong>de</strong>mais, não havia recupera<strong>do</strong> a saú<strong>de</strong> e<br />
quase nada fizera pela igreja <strong>de</strong> Poços <strong>de</strong> Caldas, a qual<br />
vinha me tratan<strong>do</strong> com o máximo carinho. “Vou, então,<br />
respon<strong>de</strong>r negativamente”. Porém, no caminho para<br />
casa, assaltou-me o seguinte pensamento: “Qual é a<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus?”. Confesso que não mais tive paz dali<br />
em diante. Pedi à Alice que orasse e, <strong>de</strong> igual mo<strong>do</strong>, o<br />
<strong>sol</strong>icitei à congregação local. Minha esposa respon<strong>de</strong>ume<br />
sem <strong>de</strong>mora: “Eu não vou pedir nada a Deus, porque<br />
viemos para cá por vonta<strong>de</strong> d’Ele; você está aqui por<br />
causa da saú<strong>de</strong> e ainda não se recuperou”. Isso era<br />
verda<strong>de</strong>, e <strong>pr</strong>ecisei conformar-me. Quanto à igreja <strong>de</strong><br />
Poços, sei que também ficou sur<strong>pr</strong>esa e <strong>de</strong>scontente.<br />
Diante da confusão que agitava o meu espírito, optei<br />
por outro recurso. Talvez este me pusesse no caminho<br />
certo. Apanhei duas folhas <strong>de</strong> papel em branco e nelas<br />
escrevi as razões para ir (ou aceitar) e as razões para<br />
continuar em Poços <strong>de</strong> Caldas. Curiosamente, verifiquei<br />
que a folha <strong>de</strong>stinada à aceitação <strong>do</strong> convite permaneceu<br />
em branco, <strong>ao</strong> contrário da outra, a qual foi <strong>pr</strong>eenchida