23.10.2012 Views

0 Carvão numa economia nacional - Repositório Aberto da ...

0 Carvão numa economia nacional - Repositório Aberto da ...

0 Carvão numa economia nacional - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PORTUGAL NO TEMPO DO CARVÃO<br />

(...) e se até agora este carvão não é assaz bituminoso, e contém ain<strong>da</strong> muitos pyrites para poder<br />

servir nas forjas, he por não se ter ain<strong>da</strong> chegado a bastante profundi<strong>da</strong>de (...) e assim profun<strong>da</strong>ndo^ mais<br />

se tirará sempre melhor e livre de pyrites, até chegar áquelle perfeito, capaz de servir para as forjas sem<br />

escoriar o ferro .<br />

A procura de carvão mineral esteve, de facto, relaciona<strong>da</strong> com as indústrias do<br />

país, não para a produção de força motriz que na Europa se mediria pelo número de<br />

máquinas a vapor ou "cavalos vapor" logo a partir de oitocentos, pelo menos na Inglaterra,<br />

mas que em Portugal tal não se considera senão depois de inicia<strong>da</strong> a segun<strong>da</strong> metade do<br />

século. 58 Indústrias? Sim, indústrias como as forjas e ferrarias, cuja decadência era atribuí<strong>da</strong><br />

à falta de lenhas e que em simultâneo provocava a estagnação <strong>da</strong>s próprias minas:<br />

As minas de ferro são muito conheci<strong>da</strong>s; mas também não se aproveitão, como as de (...) que por<br />

falta de lenha se deixou (...). He ver<strong>da</strong>de porém, que as minas em Portugal por falta de lenha não de poderão<br />

aproveitar com utili<strong>da</strong>de, até que se não tire maior quanti<strong>da</strong>de de carvão de pedra <strong>da</strong>s minas de Buarcos, e se<br />

59<br />

aproveitem as de Porto de Mós, e Ourem, ou se cuide em augmentar, e regular as matas(...).<br />

Tomo II, p. 307.<br />

56 VANDELLI, Domingos - Memoria sobre algumas producções naturaes deste Reino, dos quais se poderia<br />

tirar utili<strong>da</strong>de. Op. cit. Tomo I, p. 180.<br />

" Construí<strong>da</strong> em meados do século XVIII por James Watt, desde 1775 que lhe conhecemos, na Inglaterra,<br />

aplicações nos diversos sectores industriais, nomea<strong>da</strong>mente já no fabrico do ferro, na extracção <strong>da</strong> água,<br />

nas salinas, etc. Até 1800 foram instala<strong>da</strong>s cerca de 500 na Crã-Bretanha. (SOLLA, Luis de Castro e - Op.<br />

cit. p. 31)..<br />

58 Em 1852 existiam apenas 70 máquinas a vapor com uma potência global de 938 cv e em 1881 havia já<br />

328 com uma potência 7025 cv., o que, apesar <strong>da</strong> lentidão com que marchava a nossa indústria, era, pelo<br />

menos, algum esforço. (MÓNICA, Maria Filomena - Uma viagem pelas fábricas em 1881. Análise Social.<br />

Vol. XXIII, n° 99, (1987), 819-863, p. 823.<br />

59 VANDELLI, Domingos - Memoria sobre algumas producções naturaes deste Reino, dos quais se poderia<br />

tirar utili<strong>da</strong>de. Memorias Económicas, tomo I. p. 181.<br />

198

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!