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PORTUGAL NO TEMPO DO CARVÃO 286
Halpern Pereira para quem "O recente crescimento industrial português principiou durante a
Segunda Guerra Mundial, quando o enfraquecimento da concorrência estrangeira no mercado
nacional permitiu que os industriais portugueses operassem a substituição de numerosos produtos
importados e se lançassem no mercado internacional", debatendose, passado o conflito,
novamente com o aumento da concorrência de produtos estrangeiros. "Uma nova
orientação da política económica teria sido necessária para que os industriais continuassem a
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reconquista do mercado nacional, iniciada durante a guerra".
Era este o receio do presidente da Associação Industrial Portuguesa em 45, receio
de que, finda a guerra, surgisse "uma época de depressão económica". Tal sentimento fora,
também, manifestado por aquele que seria o doutrinador da "reorganização industrial", "o
único verdadeiro projecto de industrialização formulado durante toda a vigência do Estado Novo
que, em "Linha de Rumo", escreve:
O que me alarma é que o fim da guerra parece muito próximo e a lembrança da provações
passadas é muito capaz de se apagar na memória dos portugueses quando recomeçar a ser fácil mandar vir
por telegrama aquilo que for preciso..." .
p. 351. Cfr. ROSAS, Fernando - Economia de Guerra e Política e Económica de Guerra. Op. cit. p. 322-
353.
6
PEREIRA, Miriam Halpern - Uma Industrialização Sem Reforma Agrária (1940-1970). Política e
Economia, Portugal nos séculos XIX e XX. Lisboa: Livros Horizonte, 1979. p. 31. Cfr. BRITO, José Maria
Brandão de. Op. cit. e JÚNIOR José do Nascimento Ferreira Dias. Op. cit.
7
Idem. Ibidem.
PINTO, Francisco Cortez - O problema do desemprego no após-guerra. AAW, Problemas do
após-guerra, Associação de Lisboa/Câmara do Comércio. 1945. cit. por BRITO, J. M. Brandão de - Op.
cit. p. 162.
19
Projecto da sua autoria e consubstanciado na "Lei n°. 2005", Brandão de BRITO, p. 164.
!0
BRITO, J. M. Brandão de. Op. cit. p. 165.
DIAS, Ferreira. Op. cit. p. 175. Ferreira Dias foi subsecretário de Estado do Comércio e Indústria de
1940 a 1944 e ministro da economia de 58 a 62, depois de ter escrito "Linha de Rumo" em 44, "já livre de
responsabilidades governativas" (BRITO, Brandão de - Op. cit. p. 163 e 165).
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