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0 Carvão numa economia nacional - Repositório Aberto da ...

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PORTUGAL NO TEMPO DO CARVÃO<br />

problema do combustível, à medi<strong>da</strong> que a industrialização, mesmo que lenta, requeria ferro<br />

e carvão.<br />

O problema do atraso no reconhecimento do solo carbonífero e <strong>da</strong> sua<br />

exploração, só se pôs seriamente, em Portugal, quando dificul<strong>da</strong>des externas, directa ou<br />

indirectamente liga<strong>da</strong>s connosco, nos colocaram problemas no abastecimento. Por mais<br />

que fossem as vozes em sentido contrário, a facili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s importações alia<strong>da</strong> ao preço e<br />

quali<strong>da</strong>de, sempre se impuseram.<br />

A partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de oitenta, as vozes em defesa <strong>da</strong>s vantagens <strong>da</strong> exploração do<br />

nosso carvão, sempre em consonância com os restantes recursos naturais, aproveitavam<br />

to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong>des para se fazerem ouvir. Assim aconteceu com os artigos publicados<br />

no "Jornal do Porto" em 1881, 19 ' todos eles centrados na defesa <strong>da</strong> nossa independência<br />

energética, ao tempo, obviamente, o carvão mineral. Os artigos, um pouco na linha de<br />

pensamento de Oliveira Martins, insistiam na necessi<strong>da</strong>de de se desviarem os capitais para<br />

as "industrias agrícolas, minérios e manufactureiras'' sendo "um facto incontestável, quanto entre<br />

nós escacêa desproposita<strong>da</strong>mente o capital para as industrias agrícolas, minérios e manufactureiras,<br />

esquecendose que, para que haja commercio é preciso que hajam productores e consumidores, afim<br />

de se poder comprar a uns e vender a outros m Louvando "algumas excepções" sobretudo<br />

<strong>da</strong>queles que "não lhes cabe no animo ver<strong>da</strong>deiramente patriótico, empregar os seus capitães só no<br />

malfa<strong>da</strong>do jogo de papeis, a cuja desordena<strong>da</strong> e imprudetissima paixão devemos a crise de<br />

1876"," defendem a intervenção dos bancos na dinamização do sector produtivo:<br />

197 Cfr. Jornal do Porto de 21 de Janeiro, 9 de Fevereiro, 10 de Março e 21 de Maio. Artigos transcritos por<br />

Luis F. de Sousa Cruz. As Industrias, Suas Necessi<strong>da</strong>des e Vantagens, Porto, Imprensa Nacional, 1980.<br />

198<br />

Jornal do Porto de 21 de Janeiro. Op. cit., p. 12.<br />

199<br />

Op. cit. p. 10.<br />

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