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DA BACIA CARBONÍFERA DO DOURO AO COUTO MINEIRO DO PEJÀO 409
Já nesta altura (Março de 1942) os preços dos géneros eram muito superiores aos da tabela. Com as
dificuldades de aquisição, os mineiros começavam a ser mal alimentados, do que provinha mau rendimento
de trabalho e consequentemente, uma diminuição de produção de carvão, útil como nunca à nossa
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indústria, já cerceada pelas dificuldades da importação do carvão estrangeiro.
Parece-nos ter sido este o factor mais determinante. A Cooperativa condicionava a
admissão dos sócios à compra de uma acção no valor de 100$00, o que pode parecer,
francamente, um valor elevado, embora pudesse ser paga em quatro prestações iguais e
mensais. Porém, não obstante esse preço, decorridos nove meses, dos 1600 operários da
Empresa, 75% deles já se tinham tornado sócios, o que ajuda a compreender o lucro
líquido de cem mil escudos, num total de mais de 30.000 aviamentos, no fim do primeiro
balanço.
A adesão compreende-se se tivermos em conta que, na realidade, o espírito que
presidia à fundação da Cooperativa era determinado pela necessidade de solucionar os
problemas que afligiam a população mineira, como as dificuldades de abastecimento e a
especulação dos preços. Apesar do valor da acção ser, aparentemnete um obstáculo, não o
era porque "os sócios com uma acção de 100$00, pagável em quatro prestações iguais, mensais,
estavam habilitados a comprar o carboneto por 3$50 quando lá fora lhes custava 8$00 e 9$00 o
quilo. Logo, os mineiros que até ali gastavam uma média de 50$00 de luz por mês, lucravam na
diferença de preço deste artigo, o suficiente para subscrever a respectiva acção". 239
36 O Pejão, n.° 2, (Nov. 1948), p. 3
Não dispomos do salário do mineiro, nesta data, mas em 39, ganhavam os mineiros 10$02 e os safreiros
8$26. Boletim de Minas de 1939.
238
O Pejão, n.° 2, (Nov. 1948), p. 3
239
Ibidem.