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0 Carvão numa economia nacional - Repositório Aberto da ...

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DA BACIA CARBONÍFERA DO DOURO AO COUTO MINEIRO DO PEJÃO<br />

E mais:<br />

Os membros <strong>da</strong> "Família Pejão" devem amar o seu jornal - "O Pejão" - sustentá-lo, defendê-lo e<br />

colaborar nele na medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s suas facul<strong>da</strong>des intelectuais. Devem 1er atentamente "O Pejão", conservá-lo, e<br />

fazer com que os outros o leiam, pugnando na sua propagan<strong>da</strong>, e aproveitarem sobretudo os artigos mais<br />

importantes(...). Como todos os jornais, tem um programa e segue uma doutrina. Esta é de colaborar na<br />

felici<strong>da</strong>de, e no bem-estar <strong>da</strong> "Família Pejão".<br />

A "Família Pejão" não dá esmolas! Um pai não dá esmolas aos seus filhos! (...) Na "Família Pejão"<br />

ca<strong>da</strong> um deve poder receber a tempo aquilo de que tem necessi<strong>da</strong>de, aju<strong>da</strong> médica, preventiva e curativa,<br />

212<br />

aju<strong>da</strong> alimentar e de vestuário, aju<strong>da</strong> moral e física, aju<strong>da</strong> às mulheres e filhos, creação do lar, etc.<br />

Estava traça<strong>da</strong> uma gestão e defini<strong>da</strong> a linha ideológica do jornal e <strong>da</strong> Empresa.<br />

Ressalta-nos assim, logo à primeira vista, o carácter paternalista do empresário, o que não<br />

será de estranhar se tivermos em conta que <strong>numa</strong> época em que se prolongava a proibição<br />

<strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de sindical, a estagnação e repressão sobre o movimento operário e quaisquer<br />

formas de associação, a Empresa, num jeito paternalista, a todos apelava, como se de um<br />

pai se tratasse e aparecia como "alguém" que assegurava a protecção e sobretudo a própria<br />

subsistência, num tempo em que mais na<strong>da</strong> parecia existir, a não ser a bon<strong>da</strong>de do patrão.<br />

As formas clássicas de paternalismo, comuns na ausência <strong>da</strong>s instituições sindicais<br />

ou na falta directa do próprio Estado como enti<strong>da</strong>de protectora dos trabalhadores,<br />

fazem-nos aparecer o patrão como a única enti<strong>da</strong>de capaz de negociar os contratos salariais,<br />

prestar os serviços sociais respectivos, apoiar os mais carenciados, assegurar-lhes a<br />

habitação, a assistência e a própria sobrevivência. Reminiscências "senhoriais" 7 . Muito mais<br />

do que isso é reconhecer que nunca nas minas do Pejão, antes de 40, disfrutaram os<br />

212 "Um discurso que vale Um tratado - O chefe, disse:", O Pejão, n° 13, (Out. 1949), p. 4.<br />

395

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