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PORTUGAL NO TEMPO DO CARVÃO
interesses económicos da "Termoeléctrica Portuguesa" se mantivessem, o que de facto veio a
acontecer mas passados quase quarenta anos e já só com o Pejão a lutar, sozinho, pelo
menos por uma morte socialmente digna no limiar da sua história. A despedida, à laia de
cortejo fúnebre, era dada por algumas centenas de trabalhadores que, em Dezembro de 94
e Janeiro de 95, se manifestavam, em adeus final, contra o encerramento da sua mina,
outrora o "ganha-pão" de milhares de trabalhadores.
S. Pedro da Cova, a segunda mais antiga das nossas minas de carvão,
antecipando-se ao destino final, encerrou as "portas" nos inícios de 70 deixando à mercê da
sobrevivência social cerca de 800 trabalhadores. 366 A rentabilidade para o carvão
desapareceu perante os combustíveis que, embora importados, são de maior força calórica,
mais práticos e cómodos e a preços mais económicos, como o fuel óleo e o gás.
"Porque não há central para queima de carvão, ele não se extrai; porque se não extrai,
não há razão para haver central".
E agora? Morte ao carvão?!!! Que a história o glorifique e não deixe que se
ostracise "o" que em épocas de crise de abastecimento energético, fez com que nos
lembrássemos de que, afinal, teríamos e poderíamos contar muito mais connosco. Oxalá
não voltemos à história desse passado, porque aí, quem sabe, teríamos de voltar às jazidas
dos nossos carvões, mesmo que velhas e pobres. Carvões há, 368 mas o tempo que corre,
desde há muito que não é o do carvão.
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Cfr. Subsolo com muito carvão não dá esperança aos mineiros. Jornal de Notícias, 24.03.2995. p. 33.
Ibidem.
Ibidem.
368 Cfr. FREITAS, José de (geólogo) em Jornal de Notícias, 24.03.1995.
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