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0 Carvão numa economia nacional - Repositório Aberto da ...

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AS GRANDES QUESTÕES MINEIRAS<br />

concessionário e ao valor <strong>da</strong> indemnização a pagar aos donos <strong>da</strong> superfície. Era esta,<br />

também, a teoria partilha<strong>da</strong> em Portugal nos meados do século:<br />

O que auctorisa aos olhos <strong>da</strong> rasão as disposições sobre minas é o bem dos ci<strong>da</strong>dãos, e o dever que<br />

obriga o governo a salvar o futuro de grandes thesouros do abuso <strong>da</strong>s lavras de rapina, <strong>da</strong> inexperiência e <strong>da</strong><br />

falta de meios, que a livre exploração produziria, se o Estado não fiscalizasse este ramo, e não prescrevesse<br />

condições de garantia e segurança para a socie<strong>da</strong>de em geral, á custa, em parte, não o negámos, é ver<strong>da</strong>de do<br />

sacrificio do direito individual e <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de, cuja extensão se limita, mas somente no sentido de não se<br />

permittir á má vontade, á inércia, á avidez e a estultícia, que onerem to<strong>da</strong>s as industrias e estraguem em<br />

mezes os recursos de séculos, usando mal, e convertendo em ruina sua e <strong>da</strong> nação os benefícios <strong>da</strong> natureza,<br />

que devi<strong>da</strong>mente aproveitados auxiliariam o desenvolvimento <strong>da</strong>s forças productivas do paiz.<br />

De facto, não é com facili<strong>da</strong>de que podemos estabelecer, no nosso país, uma<br />

fronteira evidente entre quem tem direito ao solo e ao subsolo, pois embora as<br />

constituições monárquico-liberais sejam mais ou menos claras quanto à definição <strong>da</strong><br />

proprie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> terra, isto é, do solo, não apontam objectivamente para o direito de posse<br />

dos valores do subsolo. Não será difícil compreendermos este alheamento <strong>da</strong>s questões do<br />

subsolo se tivermos em consideração que to<strong>da</strong> a legislação liberal é o resultado <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong>de de desmantelar o Antigo Regime e, por conseguinte, libertar não só a terra <strong>da</strong>s<br />

peias que sobre si pesavam, mas definir um novo regime jurídico que garantisse a todos o<br />

acesso e o direito de proprie<strong>da</strong>de. Torna-se necessário estabelecer a diferença entre quem é<br />

15 Ibidem. (Ago. 1857). p. 127.<br />

16 MIRANDA, Jorge de - As Constituições Portuguesas: 1822-1826-1838-1911-1933-1976. Lisboa: Livraria<br />

Petrony, 1976.<br />

JÚNIOR, Manuel Rodrigues - A Posse, Estudo de Direito Civil Português. Coimbra: Editora Coimbra,<br />

1940.<br />

BRANDÃO, Maria de Fátima; ROWLAND, Robert - História <strong>da</strong> Proprie<strong>da</strong>de e Comuni<strong>da</strong>de Rural:<br />

questões de método. O século XIX em Portugal: comunicações ao colóquio organizado pelo Gabinete de<br />

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