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PORTUGAL NO TEMPO DO CARVÃO Quadro n°23 - Importação de Carvão, 1912- 1948 Anos 1.000 toneladas 1.000 contos 1930 1.236 151 1931 1.100 132 1932 916 111 1933 1.098 123 1934 1.110 132 1935 1.170 135 1936 1.099 136 1937 1.361 167 1938 1.152 179 1939 1.177 194 1940 763 208 1941 686 246 1942 481 213 1943 537 313 1944 582 368 1945 495 304 1946 611 331 1947 987 517 1948 832 403 Fonte: Adérito de Avelãs Nunes, Indústria Portuguesa. (Nov. 1949). Finda a guerra, os problemas não se sentiram de imediato. A produção europeia cresce de 46 a 53. Foi o retomar da economia. Estabelecido o mercado comum do carvão (C.E.C.A.) em 53, a produção e o consumo vivem uma fase de crescimento contínuo. São as necessidades energéticas da comunidade que asseguram a colocação de todo o carvão produzido e sobretudo a vontade de aumentar as disponibilidades com medo de que falte a energia e se ponha em causa a expansão contínua. Contudo, esta expansão contínua da produção de carvão vai conhecer uma grave crise na Europa com graves reflexos em Portugal. As razões prendem-se com a rápida divulgação na Europa dos derivados de petróleo juntamente com a chegada das importações de carvão decorrentes de contratos Estudos, Notas e Trabalhos do Serviço do Fomento Mineiro, Vol. XIII-Fascs. 3-4, 1961, p. 304-305. 290
PORTUGAL NO TEMPO DO CARVÃO feitos nos anos antecedentes." 8 Para termos uma ideia da crise, basta referir que os stocks de carvão armazenado totalizavam em 58 cerca de "32 Mt" e u 40Mt" em 59, quando em 57 era praticamente nulo. 3 " Ora, como efeito de toda esta conjuntura, dá-se uma "superabundância maciça de energia com grave repercussão na indústria dos carvões 1 ', nos anos de 57/58. Obviamente que, para Portugal, o problema é, também, grave, porque não só os carvões são de qualidade inferior, como passa a ter a concorrência de petróleo e seus derivados, para já não falar dos carvões estrangeiros, "de queima mais fácil e oferecidos ao mercado português a preços muito baixos". Estava anunciada a morte do carvão em Portugal. Era uma questão de tempo, por mais que fossem os optimismos ou as medidas tomadas. As nossas minas de carvão encontravam diculdades de colocação dos seus carvões, pelo menos os carvões pobres, isto é, aqueles que se apresentavam com um elevado teor de cinzas e que constituíam uma percentagem significativa da produção. O quadro n°24 mostra-nos as minas que mais se destacaram na produção de carvão de 1949 a 58. Quadro n°24 - Minas mais significativas na produção de carvão de 1949 a 1958 Minas Concelho Qualidade Produção Pejão Castelo de Paiva Antracite 50,8% S. Pedro da Cova Gondomar Antracite 30,1% Cabo Mondego F. da Foz Carvões jurássicos 10,2% Espadanai Rio Maior Lignito 7,2% Fonte: Estudos, Notas e Trabalhos do Serv. do Fomento Mineiro, Vol. XIII - Fascs.3-4, (1959). Ibidem, p. 306. Ibidem, p. 307. Ibidem, p. 307. 291
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