Quem vai cuidar do planeta? - Senac

Aplicação de
agrotóxicos
foto: Ricardo Azoury/Tyba
Dados recentes do Programa de
Análise de Resíduos de Agrotóxicos
da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), órgão vinculado
ao Ministério da Saúde, apontaram
o pimentão como um dos produtos
agrícolas que apresentam mais
irregularidades. Cerca de 90% das
amostras analisadas pelo órgão estavam
com níveis de concentração
de agrotóxico acima do ideal. Em
segundo e terceiro lugar ficaram o
morango e o pepino, com 63% e
57%, respectivamente, das amostras
colhidas reprovadas. Com exceção
de São Paulo, todos os estados
e o Distrito Federal participaram
da avaliação, que envolveu 2.488
amostras de diferentes cultivares,
das quais 28% apresentaram níveis
de substâncias químicas acima do
recomendado pela agência.
Pesquisas como a realizada pelo
Pará contribuem para tornar o
consumidor mais consciente,
mas também podem levá-lo a
deixar de adquirir produtos agrícolas
frescos para dar preferência
aos industrializados.
Francisco Roma Paumgartten, chefe
do Laboratório de Toxicologia Ambiental
da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), alerta que as pessoas não
devem parar ou reduzir o consumo
de frutas, legumes e hortaliças por
conta de estudos como o da Anvisa,
pois isso seria mais danoso à
saúde do que os possíveis riscos
trazidos pela ingestão de alimentos
expostos aos agrotóxicos.
Os adeptos do consumo de produtos
livres de “defensivos agrícolas”
– nome pela qual a indústria prefere
se referir aos agrotóxicos – têm
opinião diferente. Para eles, a incerteza
quanto aos riscos desses
produtos, a médio e longo prazo,
recomenda evitá-los. E embora os
preços dos produtos orgânicos
ainda sejam mais altos, valeria a
pena consumi-los.