Quem vai cuidar do planeta? - Senac
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Desmatamentos no<br />
garimpo de Água<br />
Branca, no Pará<br />
A situação não é diferente nos dias<br />
de hoje, na Amazônia. Uma notícia<br />
vaga, espalhada de boca em boca,<br />
pode transformar um local ermo em<br />
um vilarejo fervilhante em poucas<br />
semanas. O Pará parece ser o dispara<strong>do</strong>r<br />
dessa corrida, com histórias<br />
fantásticas de pessoas que, apesar<br />
não serem conhecidas no resto <strong>do</strong><br />
país, são famosas nas currutelas<br />
(minúsculas cidades que crescem<br />
ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s garimpos) e nos longínquos<br />
rincões onde homens, mulheres<br />
e crianças buscaram ouro e<br />
sonharam com uma vida melhor.<br />
Na trilha desses corações e dessas<br />
vidas, conhecemos pessoas que<br />
partilharam conosco suas <strong>do</strong>res e<br />
alegrias na busca <strong>do</strong> ouro. Foi assim<br />
na região de Água Branca, localizada<br />
no su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará.<br />
Bomba-relógio<br />
A história <strong>do</strong> ouro na Amazônia<br />
mostra que até hoje sangram as<br />
chagas da fragilidade governamental<br />
em resolver questões essenciais,<br />
como a regularização fundiária da<br />
região, a devastação ambiental ou a<br />
carência de serviços básicos, como<br />
saneamento, rede hospitalar e educação<br />
pública e de qualidade.<br />
No caso específico <strong>do</strong>s garimpos, a<br />
maior ameaça ambiental dessa atividade<br />
advém da utilização de mercúrio<br />
para possibilitar a amálgama<br />
com o ouro, de forma a recuperá-lo<br />
nas calhas de lavação <strong>do</strong> minério.<br />
Tanto o mercúrio metálico, perdi<strong>do</strong><br />
nos rios durante o processo de<br />
lavagem, como o mercúrio vaporiza<strong>do</strong><br />
durante a queima da amálgama<br />
para a separação <strong>do</strong> ouro são<br />
altamente prejudiciais à saúde <strong>do</strong>s<br />
trabalha<strong>do</strong>res e ao meio ambiente.<br />
É como uma bomba-relógio armada<br />
na floresta. Em algum momento,<br />
<strong>vai</strong> explodir.<br />
Ambiente insalubre<br />
Além <strong>do</strong>s danos causa<strong>do</strong>s à sua<br />
saúde pelo mercúrio, os garimpeiros<br />
enfrentam outro grande inimigo<br />
na Amazônia: a malária. Doença infecciosa,<br />
transmitida pela picada de<br />
um mosquito, ela mata três milhões<br />
de pessoas por ano no mun<strong>do</strong>, uma<br />
taxa só comparável à da Aids.<br />
O garimpeiro da Amazônia convive<br />
com a malária como convivemos<br />
foto: Ricar<strong>do</strong> Funari/Brazil Photos<br />
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SENAC AMBIENTAL