Quem vai cuidar do planeta? - Senac

foto: J. R. Ripper/Brazil Photos
não fazia dó de mim e queria mulher
mais nova e bonita. Já tínhamos
quatro fi lhos. Juntei dois quilos
de ouro em jóias e fui à luta. Sou a
Maria Francisca da Conceição Silva,
a Maria dos Cordões, que não
precisa de homem nenhum”.
Assim vão se fazendo as histórias e
fantasias dos garimpos, que são o
fi lão do ciclo social do ouro no Brasil.
A cada dia, surgem na Amazônia
novos garimpos. Uns vivem apenas
dois anos. Outros chegam à maioridade.
Alguns poucos envelhecem,
entre momentos de vigor físico e
anemias intermitentes.
No sul do Pará, nasceram garimpos
como o de Criporizão, Criporizinho,
Tabocal, Pista Nossa Senhora da
Conceição, Cantagalo do Zé Come
Vivo, Porto Rico, São José, Marapá,
Cabaçal, Nossa Vida, Sudaro, Ratinho,
Ratão, Jacaracanga, Mamual da
Nazaré, Água Branca e Patrocínio,
só para citar alguns.
No fi nal, o que fica é a devastação
ambiental causada pelas derrubadas,
os problemas provocados pelo
mercúrio e a miséria da maioria absoluta
dos garimpeiros.
O desastre de Minamata
A intoxicação por mercúrio é gravíssima, como já ficou constatado
na aldeia de pescadores de Minamata, no litoral oeste do Japão. Moradores
daquela localidade começaram a ter, no início da década de
1950, convulsões severas, surtos de psicose e perda de consciência.
Passou muito tempo até que ficasse provado que a doença, que atingia
a cada ano um número maior de moradores de Minamata, era resultado
da ingestão de peixe contaminado pelo mercúrio despejado
na baía pela empresa de fertilizantes Chisso.
No total, mais de 900 pessoas morreram com dores severas provocadas
pelo envenenamento. Em 2001, uma pesquisa indicou que cerca
de dois milhões de pessoas podem ter sido afetadas. No mesmo
período de tempo, foi reconhecido que 2.955 pessoas sofreram da
doença de Minamata.
Esse drama foi documentado magistralmente pelo fotógrafo americano
Eugene Smith. Até hoje o governo japonês mantém os trabalhos
de desintoxicação da região.
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