Quem vai cuidar do planeta? - Senac

Foto: Nasa
Vazamento de óleo no Golfo do
México, em 2010. Poluição dos
oceanos preocupa
Mas nem por isso ele se diz pessimista.
Para Besserman, as transformações
não ocorrem por causa de conferências,
mas porque os cidadãos
cobram ação e mudanças. “Estamos
no olho do furacão da história, e essa
conexão global tão rápida – em que
pelas redes sociais podemos, como
nunca, trocar informações, ideias e
nos articularmos – é uma das fontes
de otimismo para essas mudanças
que precisarão ocorrer”, afirma.
O economista defende uma educação
ambiental conscientizadora,
capaz de impulsionar os jovens a
transformar o mundo. “A grande
agenda do século na sociedade, que
é o desenvolvimento sustentável,
deve estar presente na educação das
nossas crianças. Precisamos, acima
de tudo, levar aos nossos jovens e
às nossas crianças um pensamento
crítico que os ajude a olhar o mundo
de hoje e ver tudo que há de bom
nele, mas também reconhecer que o
mundo atual não é sustentável. Ou
seja: ele não é um modelo, teremos
de transformá-lo”.
Senac Ambiental: Considerando
que muitos dos compromissos assumidos
pelos chefes de Estado na
Rio-92, há 20 anos, e na Conferência
sobre Desenvolvimento Sustentável
de Joanesburgo, há 10, não foram levados
adiante, o que podemos esperar
da Rio+20?
Sérgio Besserman: Podemos esperar
a mesma coisa que esperamos
da Rio-92: um momento de um
processo político, econômico, social
e do pensamento humano que vai
gerar a agenda definidora da história
dos próximos anos e décadas. A
Rio-92 não teve nem um único dos
seus compromissos cumpridos. Não
houve avanços na questão climática.
Aquela conferência, basicamente,
decidiu uma Convenção-Quadro de
Mudanças Climáticas, outra de Biodiversidade
e outra de Desertificação,
numa agenda político-social, a
Agenda 21. Absolutamente nada foi
feito. Mesmo os avanços sociais e
econômicos que ocorreram nesses
20 anos deveram-se muito mais à
macroeconomia global, em especial
8
SENAC AMBIENTAL