Quem vai cuidar do planeta? - Senac

juntei a adoração pela natureza com
a fotografia”.
A sensação de bem-estar e plenitude
no contato com a natureza é comum
a muitos observadores, senão
a todos os observadores. O engenheiro
Luiz Felipe Baroni Jr., do Rio
de Janeiro, diz que “fotografar aves
dá uma sensação de bem-estar tão
grande que carrapatos e mutucas
passam despercebidos.” E, entusiasmado,
continua: “Fotografia de aves
é vida... logo, fotografar aves é viver,
além de fazer um bem enorme para
a mente!”.
Para outros, como Sandro Henrique
de Oliveira Silva, também do
Rio, o prazer está exatamente na
dureza da vida ao ar livre: “A graça
é justamente essa, pelo menos
para mim. Após uma passarinhada
no Bosque da Barra, percebi que
estava cheio de carrapatos. Até
no equipamento fotográfico eles
passeavam e foi difícil tirá-los, mas
mesmo assim voltei várias vezes ao
mesmo local, sabendo que aquilo
poderia acontecer novamente.”
Observar aves significa também quebrar
a rotina da vida nas cidades, nos
escritórios. Para Luciano Monferrari,
de Piracicaba, SP, a observação e a
fotografia de aves têm um significado
muito especial: “É quando consigo
me desconectar da vida corrida
e estressante do dia a dia e passo a
viver momentos de profunda calma,
paciência e de desafios que a natureza
proporciona. Entro em outra
dimensão, quando tudo passa a ser
menos importante do que estar ali,
observando aves.” Com o que concorda
Paulo Guerra, de Jaú, SP: “O
atrativo principal é exatamente o
grau de dificuldade apresentado pela
observação em locais como trilhas,
campos abertos, brejos. É justamente
esse desafio que atrai muitos observadores
a buscar momentos fora
de seus padrões habituais, de seu
cotidiano.”
Símbolos de liberdade e
perseverança
Mas o verdadeiro centro de interesse,
de tanto entusiasmo e dedicação são
as aves. Qual o seu apelo? Por que
fascinam tanto os seres humanos?
Luciano Monferrari explica: “As aves
trazem para mim um sentido de vida
muito forte. Elas nos ensinam muito
com sua persistência e perseverança,
tanto na busca pelo alimento,
Foto do meio: guaxe
pousado em embaúba, em
Resende, Rio de Janeiro
Formigueiro-de-cabeça-negra macho,
no ninho com dois fi lhotes, no Perequê,
perto de Angra dos Reis, Rio de
Janeiro. Durante mais de cem anos,
espécie esteve desaparecida, mas foi
redescoberta em 1987
JUNHO/DEZEMBRO 2012 47