Quem vai cuidar do planeta? - Senac

Lavagem de
embalagens de
agrotóxicos
Para Flávia Londres, os produtos orgânicos
ou agroecológicos apresentam
normalmente custos de produção
mais baixos do que a agricultura
convencional, mas a lei de mercado
(quando a procura é maior do que a
oferta) e a logística acabam tornando
os preços mais elevados.
A agricultura familiar e camponesa,
responsável por mais de 70% da
produção agrícola brasileira, pode
se adequar perfeitamente à agroecologia,
mas faltam incentivos e políticas
públicas específicas. A soma de
defensivos biológicos à agricultura
orgânica poderia trazer resultados
ainda mais satisfatórios.
Fiscalização deficiente e
legislação falha
Se a ampliação de produtos biológicos
e a agroecologia precisam
de apoio para ampliar sua escala
e se tornar de fato uma alternativa
ao agronegócio e ao consumidor,
medidas em discussão na Câmara
e no Senado Federal podem facilitar
a entrada de mais agrotóxicos
no mercado. Está em apreciação
na Câmara dos Deputados o Projeto
de Lei que regulamenta a produção
de agrotóxicos genéricos, já
aprovado na Comissão de Agricultura
do Senado. A casa também
discute o PL 88/11, que estabelece
prazo de dois anos para o início
da produção e comercialização de
novos agrotóxicos no Brasil após o
registro dos produtos. A proposta
pretende “agilizar” a entrada desses
produtos e evitar que os fabricantes
registrem novos insumos
sem disponibilizá-los no mercado,
visando à vida útil de produtos já
em circulação. Propostas como
essas caminham junto com a preocupação
sobre a expansão no uso
de agrotóxicos, mas pouco é feito
para evitá-la.
Para Paumgartten, da Fiocruz, as
políticas de fiscalização brasileiras
deveriam ser de caráter punitivo,
para evitar a reincidência das infrações,
que são muitas. De acordo
foto: Fernando Bueno/Tyba
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